Banco Central reduz previsão de crescimento do PIB e aponta inflação acima da meta

Relatório elucida a degradação econômica do Brasil

O Banco Central (BC) revisou para baixo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025, estimando agora uma expansão de 1,9%, inferior aos 2,1% previstos anteriormente. A revisão, divulgada no Relatório de Política Monetária desta quinta-feira (27), também alerta para a permanência da inflação acima da meta ao longo do ano.

A nova estimativa está abaixo da previsão do Ministério da Fazenda, que projeta crescimento de 2,3%, e da última pesquisa Focus, que aponta 1,98%. O relatório do BC destaca sinais de desaceleração econômica, com arrefecimento do consumo das famílias e queda nos investimentos, embora setores como a agropecuária possam impulsionar a atividade no curto prazo.

O BC projeta que a inflação seguirá acima do teto da meta de 4,5% ao longo de 2025, começando a cair apenas no último trimestre. A estimativa é de uma inflação acumulada entre 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres, caindo para 5,1% ao final do ano.

A autarquia calcula que o índice de preços deve recuar para 3,7% em 2026 e alcançar 3,1% no terceiro trimestre de 2027, ainda acima do centro da meta de 3%. O risco de a inflação estourar o teto da meta até o fim de 2025 foi elevado para 70%, contra 50% na estimativa anterior. Para 2026, a probabilidade foi ajustada para 28%.

Diante desse cenário, o BC reafirmou que um novo aumento na taxa Selic em maio deve ser inferior a 1 ponto percentual, conforme já sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O relatório enfatiza que o aumento recente da inflação e a deterioração das expectativas tornam o controle dos preços ainda mais desafiador.