Boletim Focus: Projeções para Selic e inflação em 2026 apresentam alta

Expectativas para a taxa básica de juros e indicadores econômicos refletem desafios no cenário econômico nacional

Em uma semana marcada pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (27) apontou uma elevação na projeção da Selic para 2026, passando de 12,25% para 12,50% ao ano. As expectativas para a inflação também registraram aumento: para 2025, a estimativa subiu de 5,08% para 5,50%, enquanto para 2026 avançou de 4,10% para 4,22%.

Inflação e preços administrados

A inflação prevista para 2027 permaneceu estável em 3,90%, mas, para 2028, a projeção subiu de 3,58% para 3,73%. No que diz respeito aos preços administrados dentro do IPCA, a expectativa para 2025 aumentou para 4,83% (ante 4,52% há sete semanas). Para 2026, a projeção foi ajustada para 4,19%.

PIB e balança comercial

O Produto Interno Bruto (PIB) teve sua estimativa para 2026 reduzida de 1,77% para 1,72%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 permaneceram estáveis, em 1,96% e 2%, respectivamente. Já a balança comercial brasileira registrou aumento nas projeções: para 2025, o saldo esperado subiu para US$ 75,00 bilhões, enquanto para 2027 chegou a US$ 80,00 bilhões.

Cenário fiscal e dívida pública

O resultado primário do Brasil apresenta previsões desafiadoras, com o déficit estimado em -0,60% do PIB para 2025 e 2026. Em 2027 e 2028, as estimativas também pioraram, passando de -0,30% para -0,46% e de -0,04% para -0,30%, respectivamente. A dívida líquida do setor público, entretanto, teve uma leve melhora nas projeções para 2025 e 2026, agora estimada em 66,40% e 70,80% do PIB, respectivamente.

Selic e câmbio

Além da alta esperada para a Selic em 2026 (12,50%), as projeções para 2027 também subiram de 10,25% para 10,38%, enquanto para 2028 permanecem em 10% por cinco semanas consecutivas. No câmbio, a expectativa para 2026 segue em R$ 6,00, mas para 2027 foi ajustada de R$ 5,92 para R$ 5,93.

O cenário econômico desenhado pelo relatório reflete os complexos desafios da política monetária e fiscal do Brasil nos próximos anos.