BRICS não visa "derrotar o dólar", afirma Kremlin
- Núcleo de Notícias

- 22 de out. de 2024
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Países do grupo econômico" focam em seus próprios interesses", diz Dmitry Peskov
Os países membros do BRICS não estão focados em enfraquecer o dólar ou outras moedas, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência RIA Novosti nesta terça-feira. Ele explicou que a cooperação entre os membros do grupo tem como objetivo principal atender aos interesses das nações participantes.
Peskov desmentiu especulações sugeriam que a cúpula do BRICS, realizada esta semana em Kazan, teria como pauta um "plano para derrotar o dólar". Um artigo publicado no The Economist alegava que o presidente russo, Vladimir Putin, pretendia “construir um novo sistema global de pagamentos financeiros para atacar a hegemonia dos EUA e proteger a Rússia e seus aliados das sanções.”
“O BRICS não está direcionado contra ninguém ou nenhuma moeda, seja o dólar ou outras moedas”, declarou Peskov. “A cooperação busca garantir os interesses dos países que participam desse formato.”
No início deste ano, o Ministério das Finanças da Rússia revelou que está trabalhando em uma infraestrutura de pagamentos e liquidações junto aos bancos centrais dos países membros do BRICS. O novo sistema financeiro, denominado "BRICS Bridge", será projetado para liquidações em moedas nacionais, independente da influência de terceiros.
Além disso, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, afirmou que o BRICS Bridge também pode permitir que os membros realizem pagamentos utilizando ativos digitais vinculados às moedas nacionais.
Desde que as instituições financeiras russas foram desconectadas do sistema SWIFT em 2022, Moscou intensificou o uso de moedas nacionais no comércio com parceiros internacionais, uma tendência que tem ganhado cada vez mais apoio entre os membros do BRICS.
Como resultado, grandes economias do BRICS já começaram a reduzir o uso do dólar, com a participação das moedas nacionais nos acordos comerciais da Rússia com os países do grupo subindo para 85% até o final de 2023, em comparação com 26% dois anos antes.




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