Crise entre Índia e Paquistão se intensifica após ataque mortal na Caxemira
- Núcleo de Notícias

- 24 de abr.
- 2 min de leitura
Nova onda de violência agrava tensões históricas, levando ao rompimento de acordos diplomáticos e comerciais entre os dois países

As relações já estremecidas entre Índia e Paquistão entraram em nova fase de deterioração após um ataque brutal na região da Caxemira administrada pela Índia, que deixou ao menos 26 mortos. O atentado ocorreu na última terça-feira no Vale de Baisaran, conhecido como "mini Suíça", e foi reivindicado pela The Resistance Front, um grupo militante com ligações conhecidas com a organização terrorista Lashkar-e-Taiba, sediada no Paquistão.
O governo indiano acusou diretamente Islamabad de ser cúmplice do terrorismo transfronteiriço, reacendendo velhas chamas em uma das disputas geopolíticas mais duradouras do mundo. O Paquistão negou qualquer envolvimento e respondeu com acusações contra Nova Délhi, alegando opressão sistemática à população majoritariamente muçulmana da Caxemira.
As consequências do atentado foram rápidas e intensas. A Índia expulsou diplomatas paquistaneses, fechou a fronteira terrestre e suspendeu unilateralmente o Tratado das Águas do Indo — acordo vital entre os dois países desde 1960. O governo indiano declarou que as medidas permanecerão em vigor “até que o Paquistão abandone de forma crível e irreversível o apoio ao terrorismo transfronteiriço”.
Em resposta, Islamabad retaliou nesta quinta-feira, rompendo acordos bilaterais estratégicos, fechando seu espaço aéreo a todas as aeronaves indianas e expulsando os conselheiros de Defesa, Marinha e Aeronáutica da missão diplomática indiana em seu território.
O episódio atual se insere em um cenário de contínuo desgaste desde 2019, quando o governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi revogou o Artigo 370 da Constituição, retirando a autonomia da região de Jammu e Caxemira — uma medida que intensificou as tensões com o Paquistão e provocou forte reação internacional.
A escalada atual ameaça desestabilizar ainda mais o Sul da Ásia, uma região já marcada por rivalidades nucleares, confrontos militares esporádicos e disputas territoriais nunca resolvidas. A comunidade internacional acompanha com preocupação os desdobramentos, temendo que um novo confronto armado entre as potências vizinhas tenha consequências catastróficas para a estabilidade regional e global.



Comentários