Donald Trump e Lula conversam por telefone: saiba o que foi discutido

Núcleo de Notícias
6 de out.
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Presidentes realizam primeira reunião virtual; secretário de Estado Marco Rubio foi designado para dar sequência às tratativas

O telefonema realizado nesta segunda-feira (6) entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi apresentado pelo Palácio do Planalto como um gesto amistoso e positivo. No entanto, fontes próximas à Casa Branca indicam que a conversa teve um tom mais pragmático e estratégico do que o divulgado oficialmente pelo governo brasileiro em nota à imprensa, evidenciando as profundas divergências entre os dois governos.

Embora o presidente Donald Trump tenha aceitado a ligação e mantido uma comunicação diplomática, o líder norte-americano continua vendo com desconfiança as políticas do governo Lula, especialmente no que diz respeito à censura, à perseguição política, à retórica anti-dólar, à aproximação com ditaduras e ao enfraquecimento das liberdades individuais no Brasil. Washington segue atento às denúncias de abusos de autoridade e ao uso do sistema judiciário para silenciar opositores.

Durante o diálogo, o presidente Lula tentou aproximar-se dos Estados Unidos, solicitando a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e pedindo o fim das sanções contra autoridades nacionais. Contudo, é altamente improvável que o governo americano reveja as restrições impostas a integrantes do Supremo Tribunal Federal, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, considerado por Washington como um violador de direitos humanos. Lula também renovou o convite para que o presidente Trump participe da COP30, em Belém (PA), e sugeriu um encontro presencial durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim do mês.

O presidente Donald Trump reiterou o compromisso com a defesa da liberdade de expressão e dos valores democráticos, deixando claro que qualquer reaproximação com o Brasil dependerá de mudanças concretas na condução política interna e externa do país. O secretário de Estado Marco Rubio foi designado para dar sequência às tratativas com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira e Fernando Haddad. O gesto demonstra disposição em manter o diálogo aberto, mas sem qualquer indicativo de alinhamento político com Lula. Para o presidente americano, o telefonema faz parte de uma estratégia diplomática para preservar canais de comunicação com o Brasil, sem endossar o rumo ideológico adotado pelo governo petista.

Apesar da nota otimista divulgada pelo Planalto, a ligação deve ser interpretada mais como um movimento tático do presidente Donald Trump para manter canais diplomáticos abertos com o Brasil — e não como um gesto de confiança ou afinidade com o presidente Lula, cujas ações continuam a gerar extrema desconfiança no cenário internacional.

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