Dívida Pública brasileira sobe em outubro e superávit primário decepciona

Dados do Banco Central indicam aumento da dívida bruta e desempenho fiscal abaixo das expectativas

A dívida pública bruta do Brasil registrou alta em outubro, atingindo 78,6% do PIB, um aumento em relação aos 78,2% observados em setembro, conforme divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Banco Central. O crescimento reflete, principalmente, o impacto de fatores como os juros nominais apropriados (+0,7 ponto percentual) e a desvalorização cambial (+0,3 p.p.), parcialmente compensados pela variação negativa do PIB nominal (-0,5 p.p.) e o resgate líquido de dívidas (-0,1 p.p.).

Superávit primário decepciona

No mesmo período, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 36,883 bilhões, aquém das expectativas do mercado. O resultado foi impulsionado por um superávit do governo central de R$ 39,150 bilhões, mas contrabalançado por déficits de R$ 1,907 bilhão entre estados e municípios e de R$ 360 milhões das empresas estatais.

O desempenho fiscal reflete as dificuldades das administrações subnacionais e de estatais em acompanhar o ritmo de recuperação esperado pelo governo federal. A frustração com os resultados também aponta para os desafios na condução da política fiscal diante de um cenário de juros elevados e oscilações econômicas internas e externas.

Esses dados evidenciam a falta de capacidade do governo de cumprir as metas fiscais estabelecidas, especialmente no contexto de novas propostas que impactam as contas públicas, como a ampliação de isenções tributárias e o aumento de gastos.