Espiões dos EUA temem retaliação letal da Rússia, diz New York Times
- Núcleo de Notícias
- 27 de set. de 2024
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Moscou pode sabotar bases americanas secretamente se ataques ucranianos avançarem em solo russo
Foto: John Hamilton/Associated Press
Agências de inteligência dos EUA alertaram que Moscou pode retaliar diretamente contra os aliados ocidentais de Kiev, caso a Ucrânia seja autorizada a usar mísseis de longo alcance para atacar em profundidade o território russo. Segundo o New York Times, uma avaliação recente aponta que, apesar de a Ucrânia receber esses mísseis, seu impacto no conflito seria limitado devido à pequena quantidade disponível e à provável relocação de funções estratégicas russas para fora do alcance.
Entretanto, tal permissão traria sérios riscos, já que a Rússia poderia realizar ataques letais contra ativos militares dos EUA ao redor do mundo, potencialmente por meio de sabotagem ou arsonismo. As represálias, segundo a análise, poderiam variar desde ataques contra instalações na Europa até bases militares dos EUA e seus aliados, mas com uma abordagem mais “secreta”, para evitar uma escalada direta.
Atualmente, a Ucrânia já utiliza mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA, Reino Unido e França, como os ATACMS, Storm Shadows e SCALP, para atingir alvos estratégicos em regiões anexadas pela Rússia, como a Crimeia. No entanto, Kiev pede que as limitações impostas ao uso dessas armas sejam removidas, o que preocupa o Ocidente em relação a uma possível participação direta na guerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que permitir esses ataques em solo russo envolveria diretamente os EUA e a OTAN no conflito, alertando que esse cenário pode gerar uma escalada perigosa. Recentemente, Moscou também anunciou uma atualização em sua doutrina nuclear, onde ataques contra a Rússia, mesmo por países sem armas nucleares, poderiam ser tratados como uma agressão conjunta com uma potência nuclear, potencialmente cruzando a linha nuclear.
A pressão ucraniana por maior liberdade no uso desses mísseis foi levada aos líderes americanos esta semana, com o presidente Volodymyr Zelensky buscando o apoio de Joe Biden e Kamala Harris para seu plano de vitória. Enquanto isso, Reino Unido e França demonstraram disposição em permitir o uso livre de seus mísseis, embora aguardem sinal verde de Washington.
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