EUA redirecionam componentes de mísseis destinados à Ucrânia para suas próprias forças no Oriente Médio
- Núcleo de Notícias

- 5 de jun.
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Prioridade passa a ser a defesa contra ameaças de drones iranianos e houthis, segundo relatório do Wall Street Journal

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos decidiu redirecionar componentes de mísseis originalmente destinados à Ucrânia para uso próprio de suas forças no Oriente Médio, segundo revelou o Wall Street Journal (WSJ) na quarta-feira. A decisão, mantida em sigilo até então, foi comunicada ao Congresso na semana passada por meio de uma notificação confidencial.
O redirecionamento envolve espoletas de proximidade utilizadas no sistema de foguetes guiados Advanced Precision Kill Weapon System (APKWS), empregado por tropas ucranianas nos últimos anos para neutralizar drones inimigos. Esses equipamentos foram adquiridos sob a Ukraine Security Assistance Initiative durante a administração de Joe Biden. Embora os recursos já tenham sido utilizados, remessas previamente aprovadas ainda estavam previstas para chegar à Ucrânia nos próximos meses.
Contudo, segundo o WSJ, o atual secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou no mês passado a realocação dos equipamentos, classificando o caso como uma “questão urgente identificada pelo Secretário de Defesa”. A decisão teria sido comunicada ao Comitê de Serviços Armados do Senado, mas o Pentágono optou por não se pronunciar oficialmente.
Fontes anônimas e documentos internos citados pelo jornal indicam que as espoletas agora serão utilizadas pela Força Aérea dos EUA em foguetes acoplados a caças F-16 e F-15E, em ações defensivas contra ameaças no Oriente Médio. Celeste Wallander, que atuou no Departamento de Defesa sob Biden, declarou ao WSJ que embora os sistemas sejam "vitais" para a defesa aérea da Ucrânia, há uma "necessidade urgente de proteger bases e pessoal norte-americano contra ataques de drones lançados por houthis e possivelmente pelo Irã".
A decisão ocorre em um momento de mudança na postura da Casa Branca. O presidente Donald Trump, desde que assumiu, tem dado sinais claros de recuo no apoio militar direto à Ucrânia e já afirmou repetidamente que defende uma resolução diplomática do conflito, encorajando um acordo entre Moscou e Kiev.
A ausência de Pete Hegseth em uma reunião da OTAN nesta semana — a primeira vez em que um chefe do Pentágono não participa do encontro de coordenação de ajuda militar à Ucrânia — reforça a percepção de que os Estados Unidos estão redesenhando sua estratégia, priorizando seus próprios interesses defensivos em detrimento do prolongamento da guerra no Leste Europeu.



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