Ex-presidente do Peru é condenado a mais de 13 anos de prisão por corrupção no caso Odebrecht

Núcleo de Notícias
há 2 dias
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Alejandro Toledo recebeu US$ 35 milhões em propinas da Odebrecht

A Justiça do Peru condenou na quarta-feira (3) o ex-presidente Alejandro Toledo a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro. O político, que governou o país entre 2001 e 2006, foi acusado de ter adquirido imóveis de luxo com recursos provenientes de propinas pagas pela construtora brasileira Odebrecht, hoje rebatizada como Novonor. Segundo a promotoria, Alejandro Toledo e sua esposa desembolsaram US$ 5,1 milhões na compra de uma casa, de um escritório e no pagamento de hipotecas, utilizando uma empresa offshore criada na Costa Rica para disfarçar a origem ilícita dos valores.

Essa é a segunda condenação contra o ex-presidente Alejandro Toledo, que já havia sido sentenciado em 2024 a 20 anos e seis meses de prisão por ter recebido até US$ 35 milhões em propinas da Odebrecht em troca de favorecer a empreiteira em contratos de obras públicas. As duas penas serão cumpridas de forma simultânea. Atualmente com 79 anos, Alejandro Toledo cumpre pena em um presídio instalado dentro de uma base policial em Lima, onde também estão detidos outros ex-presidentes peruanos, como Ollanta Humala, Pedro Castillo e Martín Vizcarra.

A nova sentença ocorre meses depois de outro episódio que expôs a profundidade da crise política peruana. Em abril de 2025, a ex-primeira-dama Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, recebeu asilo político do governo Lula e desembarcou em Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira. Condenada pela Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, ela foi acusada de articular repasses ilícitos tanto do regime chavista da Venezuela quanto da Odebrecht para financiar campanhas presidenciais de Ollanta Humala em 2006 e 2011.

A decisão do Brasil de conceder proteção diplomática a uma figura central dos esquemas de corrupção investigados no Peru gerou repercussão negativa e evidenciou o alinhamento do governo brasileiro com lideranças corruptas da esquerda latino-americana.

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