Federal Reserve abandona grupo global de regulação sobre mudanças climáticas
- Núcleo de Notícias

- 18 de jan.
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Banco central dos EUA argumenta que objetivos do órgão ultrapassam seu mandato institucional

O Federal Reserve (Fed) anunciou na sexta-feira (17) sua saída da Rede de Bancos Centrais e Supervisores para um Sistema Financeiro Verde (NGFS), grupo global criado em 2017 para integrar os riscos climáticos à supervisão financeira e às políticas monetárias.
Em nota, o Fed justificou a decisão afirmando que as atribuições do NGFS excedem os limites de sua atuação institucional. O movimento ocorre apenas três dias antes da posse de Donald Trump, que já criticou iniciativas governamentais relacionadas às mudanças climáticas e se opõe a esforços de regulação climática no setor financeiro.
Desde que ingressou no NGFS em 2020, sob a administração Biden, o Federal Reserve realizou estudos preliminares sobre o impacto das mudanças climáticas no sistema financeiro. No entanto, o presidente do banco, Jerome Powell, tem repetidamente enfatizado que o papel do Fed nesse campo é restrito, afirmando que a formulação de políticas climáticas deve ser responsabilidade do Congresso.
A saída do Fed marca um posicionamento alinhado com as críticas de Trump a medidas que vinculam regulação financeira e sustentabilidade ambiental. O anúncio reflete também um ambiente político nos EUA em que temas como mudanças climáticas e regulação ambiental são altamente polarizados.
A NGFS, que busca incorporar os riscos climáticos às decisões financeiras globais, conta com a adesão de dezenas de bancos centrais e reguladores ao redor do mundo. A saída do Fed pode impactar a cooperação internacional nessa agenda, especialmente considerando o peso da economia e do sistema financeiro dos Estados Unidos no cenário global.
Enquanto o grupo ainda não respondeu à decisão, críticos argumentam que o afastamento do Fed pode sinalizar um retrocesso nos "esforços globais para alinhar a estabilidade financeira com questões ambientais". Por outro lado, defensores da medida afirmam que é uma decisão prudente para manter o foco do banco central em seu mandato principal: estabilidade de preços e pleno emprego.



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