Fim de ano deve registrar estagnação absoluta nas vendas
- Núcleo de Notícias

- há 20 horas
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Projeções apontam crescimento próximo de zero no varejo, em meio a juros elevados, endividamento recorde e perda de capacidade de compra

As projeções para novembro, dezembro e janeiro confirmam que o varejo brasileiro deve encerrar o ano praticamente estagnado. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em parceria com a FIA Business School, o varejo restrito — que abrange supermercados, vestuário, móveis, itens farmacêuticos e outros produtos essenciais — deve registrar variação negativa de 0,01% em novembro, recuo de 0,04% em dezembro e desempenho neutro em janeiro. Esse cenário reforça a dificuldade das famílias em manter o consumo e evidencia os limites impostos por juros elevados, endividamento crescente e renda comprimida.
No varejo ampliado, que inclui também veículos, motos, peças e materiais de construção, o movimento é semelhante: avanço de 0,42% em novembro, queda de 0,02% em dezembro e crescimento moderado de 0,61% em janeiro. Para o presidente do Ibevar, o país atravessa um período de “crescimento pífio”, no qual o varejo apenas se arrasta, sem qualquer sinal de retomada consistente. Ele atribui o quadro à fragilidade do mercado de trabalho, à cautela das famílias e ao ambiente econômico limitado pela alta taxa de juros.
O peso das dívidas é um dos fatores que mais pressionam o consumo. A Confederação Nacional do Comércio informa que 79,5% das famílias estavam endividadas em outubro, enquanto 30,5% já se encontravam inadimplentes. O dado mais preocupante, porém, é o percentual recorde de brasileiros que afirmam não ter condições de pagar o que devem: 13,2%, ampliando o grupo que continuará inadimplente pelos próximos meses. Esse quadro compromete a capacidade de reação da economia, já que compromissos financeiros limitam o espaço para gastos e investimentos básicos.
Apesar das dificuldades, o varejo restrito apresentou alta anual de 0,58% e acumulou crescimento de 1,80% nos últimos doze meses, especialmente porque muitos itens dessa categoria envolvem necessidades impossíveis de adiar, como alimentação, medicamentos e serviços essenciais. O presidente do Ibevar destaca que as famílias têm se esforçado para preservar parte de seu padrão de vida, mantendo despesas que não podem ser cortadas de imediato, como plano de saúde, transporte, academias e outros serviços recorrentes.
Em contraste, o setor que engloba veículos, motos e materiais de construção — parte fundamental da atividade econômica e indicador da disposição das famílias para assumir compras de maior valor — registrou queda de 2,39% em relação ao mesmo mês de 2024 e recuo acumulado de 0,08% em doze meses.
O desempenho pífio revela que a recuperação desse segmento segue lenta, limitada pela inflação — provocada por um governo que gasta demais — e pelo alto custo do crédito.
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Carlos Dias.
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