França classifica Rússia como "maior ameaça"

Ministro da Defesa destaca postura cada vez mais agressiva de Moscou no cenário mundial

O ministro da Defesa da França, Sebastien Lecornu, afirmou que a Rússia representa atualmente o maior perigo à segurança do país. Em entrevista recente à revista Le Point, o ministro comentou sobre os principais desafios de segurança que a França enfrenta, ressaltando que Moscou tem se mostrado mais agressiva em sua atuação global nos últimos anos.

Quando questionado sobre qual país ou entidade oferece o maior risco à França, Lecornu foi claro: "Além dos grupos terroristas, a maior ameaça hoje é a Federação Russa."

Segundo ele, a postura russa tornou-se ainda mais hostil em 2023, tanto em relação aos interesses franceses na África quanto diretamente às Forças Armadas do país. Ele citou incidentes em que o controle de tráfego aéreo russo teria ameaçado abater uma patrulha aérea francesa com jatos Rafale.

O ministro também destacou que Moscou tem intensificado sua “guerra de informações” e expandido a militarização de novos ambientes, como o espaço cibernético e até mesmo as profundezas oceânicas. Embora Lecornu não tenha dado detalhes de incidentes específicos, tensões entre Rússia e países da OTAN têm escalado, com ambos os lados se acusando de manobras aéreas perigosas. Um exemplo recente foi o escoltamento de caças franceses pelos russos no Mar Negro, próximo às fronteiras da Rússia, em março deste ano.

A entrega de armamentos franceses à Ucrânia também é um ponto de atrito. Moscou já advertiu Paris sobre o risco de uma escalada perigosa, e em janeiro a Rússia convocou o embaixador francês para discutir a presença de mercenários do país no conflito ucraniano. Embora o governo francês reconheça que cidadãos seus estão envolvidos, nega que tenha facilitado a ida deles ao campo de batalha.

Respondendo à retórica crítica de Paris, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou o presidente Emmanuel Macron de alimentar uma agenda "russofóbica" e sugeriu que o líder francês usa uma postura beligerante como uma tentativa de ganhar destaque no cenário internacional.