Governo de Minas Gerais avança com projetos de privatizações da Copasa e Cemig

Propostas enviadas à Assembleia Legislativa buscam transformar estatais em corporations e atrair novos investimentos para o Estado

Nesta quinta-feira, o governo de Minas Gerais deu um passo significativo para privatizar duas de suas principais estatais, a Copasa (companhia de saneamento) e a Cemig (companhia energética). Projetos de lei foram encaminhados à Assembleia Legislativa para abrir o capital das empresas ao mercado e buscar a modernização de ambas, alinhando-as com modelos corporativos mais flexíveis.

No caso da Copasa, que atualmente possui 50,03% de suas ações controladas pelo governo estadual, a proposta visa uma reestruturação que permita o controle majoritário privado. A companhia, que já conta com uma carteira de investimentos de R$10 bilhões até 2028, apresentou uma alta de 4% nas ações após a notícia. Essa movimentação vem no embalo de uma tendência nacional, na qual outras empresas de saneamento, como a Sabesp em São Paulo, já se voltaram ao mercado de capitais, atraindo investidores como o grupo Equatorial.

Já a Cemig, uma das últimas estatais significativas no setor elétrico brasileiro, terá seu modelo societário alterado para uma "corporation" sem controlador definido, semelhante ao que ocorreu com a Eletrobras. Nessa proposta, o governo estadual permanecerá com uma ação especial (“golden share”) que lhe garante poder de veto em decisões estratégicas. A iniciativa também visa aumentar o valor de mercado da Cemig, com o compromisso de atrair novos investidores que deverão realizar investimentos em Minas Gerais superiores à desvalorização de ativos, promovendo assim melhorias no atendimento aos consumidores.

O governador Romeu Zema destacou que essa desestatização representa uma oportunidade de modernizar as estatais, com potencial de negociação futura para abater a dívida estadual com a União. Em declaração, o governo enfatizou que essas medidas buscam tornar a Copasa e a Cemig mais competitivas, além de impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado com novas parcerias e mais capital.