Governo dos EUA traça "linha vermelha" em negociações nucleares com o Irã

Estados Unidos reforçam exigência contra enriquecimento de urânio no Irã

O governo dos Estados Unidos reiterou, no domingo (18), que não aceitará qualquer acordo nuclear com o Irã que permita a continuidade do enriquecimento de urânio pelo regime dos aiatolás. A posição foi expressa por Steve Witkoff, enviado especial do presidente Donald Trump para o Oriente Médio. Steve Witkoff foi enfático ao afirmar que “enriquecimento é a linha vermelha” de Washington, deixando claro que a única forma de impedir a proliferação nuclear no Irã é eliminar totalmente essa capacidade.

“Não podemos permitir nem mesmo 1% de capacidade de enriquecimento”, afirmou Witkoff. “O enriquecimento de urânio leva diretamente à possibilidade de construção de armas, e não vamos permitir que uma bomba chegue até aqui”, completou, indicando a firme posição da administração Trump de impedir qualquer avanço nuclear iraniano.

A resposta de Teerã veio por meio do ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, que classificou a exigência americana como “irrealista” e reafirmou que o Irã continuará enriquecendo urânio, com ou sem acordo. Segundo Araghchi, os Estados Unidos estão “completamente desconectados da realidade das negociações”, mas indicou que Teerã ainda está disposto ao diálogo. “Se os EUA realmente desejam impedir que o Irã obtenha armas nucleares, estamos prontos para uma conversa séria que leve a uma solução definitiva”, disse o chanceler iraniano.

Atualmente, o Irã realiza o enriquecimento de urânio a 60% de pureza — um índice muito superior ao limite de 3,67% estabelecido pelo acordo nuclear de 2015. O nível atual aproxima-se perigosamente dos 90% exigidos para fins bélicos. Embora autoridades iranianas insistam que o programa nuclear é "estritamente pacífico", o Ocidente segue receoso de que Teerã esteja a poucas semanas de uma "quebra de limiar" que o permitiria desenvolver armamento atômico.

O regime iraniano tem ampliado de forma gradual e deliberada seus níveis de enriquecimento de urânio, ao passo que Washington restabeleceu sanções econômicas severas.