Governo Lula negocia importação de caviar do Irã em meio a tensões geopolíticas
- Núcleo de Notícias

- 23 de jun.
- 2 min de leitura
Brasil avança em acordo com o Irã para liberar entrada da iguaria, enquanto estreita laços comerciais com regime aliado de grupos terroristas

O governo brasileiro está em estágio avançado nas negociações para permitir a entrada de caviar iraniano no país. A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura, que já concluiu três das cinco etapas técnicas exigidas para liberar a importação do produto, considerado um dos mais caros do mundo. O Irã, maior produtor global de caviar, tem buscado ampliar suas exportações mesmo em meio a crescentes tensões internacionais provocadas por seu papel no financiamento de grupos terroristas e sua escalada militar contra Israel e os EUA.
A intensificação do diálogo ocorreu após encontros entre o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, e seu homólogo iraniano, Gholamreza Nouri Ghezeljeh, realizados em fevereiro e abril deste ano. Segundo comunicado da embaixada iraniana, as reuniões trataram da criação de um comitê consultivo agrícola, além do comércio de carnes, fertilizantes, frutas e pescados.
Embora o mercado brasileiro de caviar ainda seja insignificante — com importações anuais de apenas 25 quilos, segundo o setor privado — o tema mobilizou dezenas de participantes em diversas reuniões bilaterais. O governo brasileiro vê o Irã como um “parceiro estratégico” no Oriente Médio, destacando a instalação recente de um adido agrícola brasileiro em Teerã para agilizar os trâmites comerciais.
No entanto, a aproximação ocorre em um momento de extrema delicadeza geopolítica. Desde o início do conflito militar entre Irã e Israel, o governo Lula tem evitado criticar duramente Teerã, limitando-se a divulgar notas condenando apenas os ataques de Israel. A postura causou desconforto em diplomatas israelenses, especialmente após a remoção de uma publicação da embaixada iraniana no Brasil que divulgava desinformação sobre o conflito.
A decisão de estreitar relações comerciais com o Irã revela uma política externa do governo Lula que prefere se alinhar a regimes autoritários e antagonistas do Ocidente, em detrimento de compromissos com nações livres e democráticas.



Comentários