Inspetores nucleares deixam o Irã após rompimento de cooperação com a AIEA
- Núcleo de Notícias
- 4 de jul.
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Teerã acusa agência internacional de "colaborar com Israel" e suspende acesso a instalações nucleares após ataques militares

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta sexta-feira (4) que sua equipe de inspetores deixou o Irã, encerrando temporariamente as atividades de monitoramento no país. A saída ocorre após a suspensão da cooperação por parte de Teerã, em resposta aos recentes ataques militares coordenados por Israel e Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas.
Em nota oficial, a agência informou que os inspetores “retornarão à sede da AIEA em Viena, após permanecerem em Teerã durante todo o recente conflito militar”. O grupo não teve acesso às instalações nucleares durante os 12 dias de confrontos armados entre Irã e Israel, que também envolveram os EUA e culminaram em um cessar-fogo mediado por Washington.
A decisão de retirada dos inspetores foi motivada por preocupações com a segurança da equipe, que estava confinada à capital iraniana. Fontes da agência relataram que, desde o início das hostilidades, as visitas técnicas estavam suspensas.
Em pronunciamento, o presidente norte-americano Donald Trump declarou que o programa nuclear do Irã havia sido “aniquilado” pelas ações militares dos EUA. A liderança iraniana, por sua vez, contestou essa afirmação, negando a destruição completa de suas capacidades nucleares.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, reconheceu a gravidade da situação e afirmou ser urgente negociar com o Irã para retomar as inspeções e o monitoramento das atividades nucleares o mais breve possível. Ainda não há previsão para o retorno dos inspetores ao território iraniano, enquanto o clima de desconfiança entre Teerã e os organismos internacionais permanece elevado.
A saída dos inspetores representa um retrocesso significativo nos esforços de fiscalização do programa nuclear iraniano, especialmente após os bombardeios que afetaram centros críticos de pesquisa e desenvolvimento. O afastamento da AIEA deixa a comunidade internacional no escuro sobre o real estado das atividades atômicas do regime, que historicamente já apresentou níveis preocupantes de enriquecimento de urânio.
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