Inteligência Artificial ultrapassa anúncios do YouTube como fonte de receita para o Google

Crescimento da nuvem e da IA impulsiona lucros, enquanto desafios energéticos entram no radar

Em meio a um cenário político turbulento com a nova presidência de Donald Trump e tensões comerciais com a China, os balanços corporativos dos Estados Unidos trazem dados concretos sobre a economia.

Um dos destaques veio da Alphabet, controladora do Google, que revelou uma transformação silenciosa e profunda: a inteligência artificial já gera mais receita para a empresa do que os tradicionais anúncios do YouTube.

No primeiro trimestre deste ano, a divisão Google Cloud, que abriga as ferramentas de IA generativa da companhia e de seus clientes, registrou uma receita de US$ 12,2 bilhões — crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2024. O montante equivale a mais de 13% da receita total da Alphabet no trimestre, superando os US$ 8,9 bilhões arrecadados com publicidade no YouTube. Vale lembrar que até 2022, o Google Cloud ainda operava com prejuízo; hoje, gera lucro operacional de US$ 2,1 bilhões.

A IA já se tornou um componente onipresente nos produtos do Google. Um exemplo é a integração dos "AI Overviews" nos resultados de busca, resumos gerados por inteligência artificial que atingem cerca de 1,5 bilhão de usuários mensalmente. Essa ampliação impulsiona ainda mais a demanda por espaço de armazenamento e capacidade computacional, áreas estratégicas para o Google Cloud.

O futuro da IA parece ir além de novas funcionalidades, focando agora em soluções para eficiência energética. Projetos ousados, como instalar data centers na Lua, começam a surgir. Empresas que conseguirem treinar e operar seus modelos de forma mais econômica terão vantagem competitiva considerável em um cenário onde a energia se torna um recurso cada vez mais precioso.

Enquanto isso, os números mostram que a inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante: ela já é o motor que move a próxima era tecnológica.