Irã rejeita exigência de Trump por rendição e alerta para guerra total em caso de intervenção dos EUA

Líderes do regime iraniano reafirmam resistência às pressões dos EUA e de Israel e rejeitam recuo em programa nuclear

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou de forma veemente a exigência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por uma "rendição incondicional" de Teerã.

— O presidente dos EUA nos ameaça. Com sua retórica absurda, ele exige que o povo iraniano se renda a ele. Deveriam fazer ameaças a quem teme ser ameaçado. A nação iraniana não se assusta com tais provocações — escreveu Khamenei.

As declarações do líder iraniano foram acompanhadas por um alerta contundente do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, que afirmou, em entrevista, que qualquer envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito atual representaria uma “guerra total” no Oriente Médio. A ameaça surge em meio à intensificação dos ataques israelenses contra instalações que serviam para o enriquecimento de urânio e apoio logístico às forças iranianas.

— Qualquer intervenção americana seria uma receita para uma guerra total na região — disse Baghaei, sem detalhar as possíveis respostas militares, mas insinuando que os milhares de soldados americanos estacionados em países próximos estão ao alcance do arsenal iraniano.

Além disso, o embaixador do Irã em Genebra, Ali Bahreini, descartou qualquer possibilidade de desmantelamento do programa nuclear do país. Ele afirmou que o Irã continuará a produzir urânio enriquecido conforme suas necessidades para "fins pacíficos" e minimizou o impacto dos recentes bombardeios israelenses sobre suas instalações.

— Nossos cientistas continuarão seu trabalho. Não haverá recuo na nossa pesquisa e desenvolvimento nuclear — declarou.

As declarações vêm em meio à crescente escalada entre Israel e o Irã, com o envolvimento direto ou indireto dos Estados Unidos podendo transformar o conflito regional em uma crise de proporções globais.