Israel acusa Macron de perseguição ao Estado judeu após críticas sobre crise humanitária em Gaza
- Núcleo de Notícias

- 30 de mai.
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Presidente francês endurece discurso e ameaça sanções, enquanto Israel reage com acusações e alerta sobre concessões a terroristas

O governo de Israel respondeu com firmeza às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, que nesta sexta-feira (30) acusou o Estado judeu de manter um bloqueio humanitário na Faixa de Gaza. Durante visita a Singapura, Macron ameaçou endurecer a postura de seu país contra Israel, inclusive com a possibilidade de sanções contra colonos israelenses, caso a assistência humanitária ao território palestino não avance — uma retórica que gerou fortes críticas em Tel Aviv.
Segundo Macron, a situação em Gaza é “insustentável” e exige uma mudança imediata na política israelense. O líder francês afirmou que o reconhecimento de um Estado palestino seria uma "exigência política" e não apenas uma questão moral. Ele também declarou que, se não houver uma resposta nos próximos dias, a França poderá ampliar sua pressão junto a outros países europeus.
A resposta israelense não tardou. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel repudiou as declarações de Macron, classificando-as como “mentiras descaradas”. O governo israelense destacou que desde o início da flexibilização do controle nas fronteiras, quase 900 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram em Gaza. Israel também defendeu o novo sistema de distribuição de alimentos, criado com apoio dos Estados Unidos, como um esforço concreto para garantir o atendimento à população civil.
Tel Aviv apontou ainda que Macron está ignorando o verdadeiro cerne da crise: a atuação de grupos terroristas islâmicos que se utilizam da população civil como escudo, impedindo que a ajuda chegue de forma segura e ordenada. Para o governo israelense, ao pressionar Israel e sugerir a criação de um Estado palestino nas atuais circunstâncias, a França “recompensa terroristas” e enfraquece o combate ao extremismo.
As declarações do presidente francês seguem o posicionamento da Alemanha, que também sinalizou a possibilidade de revisar o envio de armas para Israel, condicionando futuras decisões a avaliações sobre o cumprimento do direito internacional. Contudo, o governo alemão tem adotado um tom mais técnico e cauteloso, sem repetir as acusações diretas feitas por Macron.
A Faixa de Gaza, dominada pelo grupo terrorista Hamas, enfrenta uma grave crise desde o agravamento do conflito em 2023. Embora organizações internacionais apontem para uma escassez generalizada de recursos, Israel sustenta que tem feito o possível para facilitar o acesso humanitário, mesmo diante das ameaças constantes à sua segurança e da manipulação da ajuda por organizações jihadistas.
Enquanto a França cogita reconhecer unilateralmente um Estado palestino — algo que já foi feito por Espanha, Irlanda e Noruega em 2024 —, tal decisão pode aprofundar as divisões no Ocidente e gerar novos impasses diplomáticos, além de deslegitimar os esforços por uma paz negociada. Israel mantém sua posição de que qualquer solução duradoura deve garantir sua segurança e exigir o desmantelamento completo das estruturas terroristas em Gaza.
O governo israelense reafirma seu compromisso com a proteção de sua população e com os princípios humanitários, mas deixa claro que não aceitará imposições que enfraqueçam seu direito de defesa frente a organizações que pregam sua destruição.



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