Joe Biden concede perdão a Hunter Biden e enfrenta críticas por intervenção controversa

Indulto ao filho do presidente encerra casos de evasão fiscal e posse ilegal de armas, mas gera acusações de abuso de poder

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (1º) o perdão oficial ao filho Hunter Biden, encerrando processos relacionados a crimes de evasão fiscal e posse ilegal de arma de fogo. A decisão elimina a possibilidade de prisão para Hunter, que havia se declarado culpado das acusações, e contraria promessas anteriores de Biden de não interferir em casos judiciais envolvendo sua família.

— Nenhuma pessoa sensata pode concluir que Hunter não foi escolhido apenas por ser meu filho, e isso está errado — afirmou o presidente em comunicado, classificando as acusações como “erro judicial”.

A medida gerou reações intensas, com críticos apontando para o uso do poder presidencial como forma de proteção pessoal. Em junho, Hunter foi considerado culpado de mentir sobre seu vício em drogas ao adquirir uma arma e por não pagar cerca de US$ 1,4 milhão em impostos. Apesar das promessas públicas de Biden e da Casa Branca de que não haveria intervenção, o indulto ocorre antes de Donald Trump assumir novamente a presidência em janeiro, em um movimento que muitos consideram politicamente calculado.

Hunter enfrentava a possibilidade de até 42 anos de prisão pelas acusações. Segundo promotores, o acordo judicial foi conduzido para evitar exposição pública adicional sobre os problemas pessoais do filho do presidente. A decisão reforça o debate sobre o uso de indultos presidenciais, especialmente quando envolve familiares diretos, e destaca as tensões políticas em Washington, com republicanos denunciando o episódio como um exemplo de favoritismo e abuso de poder.