Kim Jong Un intensifica atividades militares e ordena prontidão para guerra

Líder norte-coreano supervisiona exercícios aéreos e reforça aliança com a Rússia em meio a tensões crescentes

O ditador norte-coreano Kim Jong Un reforçou seu foco na preparação militar ao supervisionar exercícios aéreos e ordenar um aumento generalizado na prontidão de guerra das Forças Armadas do país, segundo informações divulgadas pela mídia estatal no sábado. Durante as manobras realizadas na última quinta-feira pela 1ª Divisão Aérea da Coreia do Norte, Kim observou exercícios de combate antiaéreo e ataques aéreos, enfatizando a necessidade de que “todas as unidades de todas as forças armadas” avancem em seus preparativos para um eventual conflito.

Imagens veiculadas pela televisão estatal mostraram um caça MiG-29 disparando um míssil que, de acordo com o analista Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, aparenta ser uma adaptação norte-coreana de um armamento russo de médio a longo alcance. O episódio evidencia mais uma vez o crescente intercâmbio militar entre Pyongyang e Moscou, especialmente em um momento em que ambos os regimes enfrentam sanções internacionais e isolamento diplomático.

O mês tem sido marcado por uma série de demonstrações de força por parte do regime norte-coreano. Além dos exercícios aéreos, Kim Jong Un já havia supervisionado o lançamento de um míssil, visitado instalações de produção de tanques e munições, e comandado exercícios com tanques e tropas de operações especiais. Em um gesto simbólico que fortalece ainda mais a parceria com Moscou, Kim realizou uma visita incomum à embaixada russa em Pyongyang, reafirmando o alinhamento estratégico com o Kremlin.

As recentes movimentações do regime norte-coreano ocorrem em meio a um cenário internacional instável, marcado pelo aumento da cooperação entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão em matéria de defesa e contenção da ameaça nuclear norte-coreana. A intensificação dos exercícios militares e a retórica bélica de Kim Jong Un indicam que Pyongyang busca se posicionar de forma mais agressiva, tanto como forma de dissuasão quanto de barganha estratégica.

A escalada promovida pelo regime pode sinalizar não apenas uma tentativa de fortalecer alianças com potências adversárias do Ocidente, como a Rússia, mas também um esforço para consolidar o poder interno por meio da militarização. As ações recentes aumentam a preocupação sobre uma nova rodada de testes de mísseis balísticos e provocam tensão nas relações com os países vizinhos e com a comunidade internacional.