Lula indica Guido Mantega ao conselho fiscal da Eletrobras

Ex-ministro petista será bem remunerado para fiscalizar empresa privatizada que o governo tentou retomar

O governo Lula segue sua agenda de aparelhamento e agora colocou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, no conselho fiscal da Eletrobras. A nomeação ocorre após um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e a empresa para encerrar uma disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre assentos no conselho de administração e fiscal.

Com a nova indicação, Mantega receberá um salário de R$ 12,6 mil mensais para um cargo que deveria ser exercido com independência. A presença do ex-ministro, conhecido por sua condução da economia durante os governos petistas – marcada por irresponsabilidade fiscal e pedaladas que resultaram na maior recessão da história do país –, levanta questionamentos sobre os reais objetivos do governo na estatal.

Além de Mantega, Lula indicou três opositores da privatização da Eletrobras para o conselho de administração: Mauricio Tolmasquim, diretor executivo da Petrobras; e os ex-ministros Nelson Hubner e Silas Rondeau. Todos eles terão influência sobre a estratégia da companhia, agora sob gestão privada, em conjunto com outros sete integrantes do colegiado.

A nomeação de nomes ligados ao petismo e contrários à privatização da empresa reforça as suspeitas de que Lula não desistiu de interferir na Eletrobras. O governo já tentou reverter a privatização da estatal, e essa nova movimentação pode ser mais um passo rumo ao controle político da companhia.

Enquanto isso, o país segue enfrentando inflação alta, carga tributária crescente e estagnação econômica, resultado da política estatizante e intervencionista do atual governo.