Maduro convoca milícia em meio à chegada de navios de guerra dos EUA ao Caribe
- Núcleo de Notícias
- há 5 dias
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Ditador visita tropas, fala em “defender a soberania” e celebra cooperação com a Colômbia enquanto o presidente Donald Trump reforça presença naval na região

O ditador Nicolás Maduro visitou tropas na sexta-feira (29) vestindo farda militar, no mesmo dia em que navios de guerra dos Estados Unidos começaram a chegar ao sul do Caribe, próximos da costa venezuelana. Em discurso, o ditador afirmou que a Venezuela está “mais preparada do que ontem” para defender a paz, a soberania e a integridade territorial diante do que classificou como ameaças de Washington, que o acusa de chefiar um esquema de narcotráfico.
O governo dos Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, enviou cinco navios de guerra e cerca de 4 mil militares para operações contra o narcotráfico. Entre as embarcações está o cruzador de mísseis guiados USS Lake Erie, observado em porto no Pacífico a caminho do Canal do Panamá. A mobilização coincide com o aumento da recompensa oferecida por Washington pela captura de Nicolás Maduro, hoje em 50 milhões de dólares, enquanto a Justiça americana o acusa de liderar um cartel.
O ditador Nicolás Maduro convocou para sexta e sábado (30) uma nova rodada de alistamento da Milícia Bolivariana, força composta por civis com forte conteúdo ideológico. O regime fala em 4,5 milhões de milicianos, número contestado por analistas. Em demonstração recente, formandos de um curso de “operações especiais revolucionárias” exibiram escudos com a frase “Duvidar é traição”.
O ditador também celebrou a coordenação de segurança com a Colômbia, após o presidente Gustavo Petro determinar a militarização da região do Catatumbo, na fronteira, com 25 mil soldados. O embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, enviou carta ao secretário-geral António Guterres pedindo que pressione os Estados Unidos a encerrar “ações hostis e ameaças”. Apesar da movimentação, autoridades em Washington não veem plano de incursão terrestre, e a avaliação corrente é de que não há perspectiva imediata de invasão.
O tema domina o noticiário e as redes sociais na Venezuela. O regime usa a tensão para impulsionar o alistamento, enquanto a oposição aponta desgaste do chavismo. A líder da oposição María Corina Machado agradeceu publicamente ao governo de Donald Trump por adotar o que chamou de abordagem correta contra a “empresa criminosa” que controla o país e incentivou os venezuelanos a rejeitarem o recrutamento da milícia.
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