Maduro desafia comunidade internacional e afirma que Guiana terá de aceitar controle venezuelano sobre Essequibo
- Núcleo de Notícias

- 25 de mai.
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Ditador ignora recomendações da Corte Internacional de Justiça e promove eleições em território contestado

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, intensificou neste domingo (25) sua investida sobre o território do Essequibo ao declarar que a Guiana terá de “aceitar a soberania” venezuelana sobre a região “mais cedo do que nunca”. A fala ocorreu após Maduro votar nas eleições organizadas por seu regime para escolher representantes vinculados ao controle do território, apesar da contestação internacional e do pleito da Guiana junto à Corte Internacional de Justiça (CIJ), que determinou a suspensão da iniciativa.
O regime chavista realizou a eleição de um governador, oito deputados e sete legisladores regionais para o Essequibo, como parte de uma manobra que busca consolidar a anexação do território à Venezuela, transformando-o oficialmente em um de seus 24 estados. A votação foi classificada como uma “farsa eleitoral” pelos Estados Unidos, que condenaram a medida como uma tentativa de minar a soberania da Guiana. “Os EUA rejeitam todas as tentativas de Nicolás Maduro e seu regime ilegítimo de minar a integridade territorial da Guiana”, declarou o Departamento de Estado norte-americano.
Mesmo sob controle da Guiana, o regime chavista vem adotando ações práticas para consolidar sua ocupação da região, desafiando abertamente os tratados históricos e as decisões da Corte Internacional. Maduro voltou a atacar o presidente guianense Irfaan Ali, acusando-o de ser um “funcionário da ExxonMobil” e dizendo que, inevitavelmente, terá de negociar com Caracas. “É o nascimento da nova soberania venezuelana”, afirmou, insistindo que a Guiana é “ocupante ilegal” do território por herança do antigo império britânico.
A eleição promovida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — órgão inteiramente controlado pelo chavismo — ocorre em meio a graves denúncias de falta de transparência. O mesmo CNE foi responsável pela polêmica eleição presidencial de 2024, em que Maduro se autodeclarou vencedor com 51% dos votos, sem apresentação das atas eleitorais.
Organismos internacionais como o Carter Center relataram irregularidades e afirmaram que não há evidências que comprovem a vitória do ditador. A oposição sustenta que o verdadeiro vencedor foi Edmundo González, com 67% dos votos.
Além da ofensiva institucional sobre o Essequibo, o governo venezuelano aprofundou a repressão política interna às vésperas do pleito, prendendo cerca de 50 pessoas, entre elas estrangeiros, sob acusação de conspiração. Entre os detidos estão aliados da líder opositora María Corina Machado e o ex-deputado Juan Pablo Guanipa, sequestrado na última sexta-feira, conforme denúncia da oposição.
O confronto geopolítico envolvendo a região do Essequibo — rica em recursos naturais e atualmente sob administração da Guiana — tende a se intensificar, com o regime de Maduro apostando em medidas unilaterais e autoritárias que agravam a instabilidade regional.



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