Ministro da Defesa fala em soltura de presos do 8 de Janeiro para "pacificar" o país

José Múcio Monteiro argumenta que anistia poderia reduzir polarização política

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou na segunda-feira (10) que a soltura de inocentes ou de pessoas com participação mínima nos atos de 8 de janeiro de 2023 pode contribuir para a pacificação do Brasil. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

“Na hora que você solta um inocente ou alguém que teve envolvimento pequeno, isso ajuda a pacificar. O país precisa disso. Ninguém aguenta mais esse radicalismo”, declarou.

José Múcio ressaltou que é essencial diferenciar os níveis de responsabilidade dos envolvidos, defendendo uma aplicação proporcional das punições. “Tem gente que quebrou uma cadeira e tem gente que armou o golpe”, comparou.

Até o momento, mais de 370 pessoas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com penas variando entre 3 e 17 anos de prisão.

Sobre a participação das Forças Armadas, José Múcio negou que tenha havido adesão militar à invasão das sedes dos Três Poderes. No entanto, investigações da Polícia Federal seguem em curso.

Quando questionado sobre uma possível anistia, Múcio afirmou que a decisão cabe ao Congresso Nacional, mas sugeriu que a medida poderia reduzir a polarização política no país. A declaração acontece em um momento em que parlamentares discutem a criação de uma comissão especial para avaliar o tema.

Esta não é a primeira vez que José Múcio faz declarações dissonantes do discurso oficial do governo. Em outubro de 2024, o ministro revelou que a interferência ideológica do governo Lula estava prejudicando importantes acordos do setor de defesa.