Minério de ferro atinge menor patamar em mais de um ano

Retração na construção na China, demanda fraca e oferta elevada pesam sobre os preços do minério de ferro

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta segunda-feira, alcançando o nível mais baixo em mais de um ano, à medida que investidores analisam um cenário de demanda enfraquecida na China, associada a uma recuperação econômica desigual e a uma oferta mais robusta.

O contrato de janeiro, o mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), encerrou o dia com uma queda de 4,5%, atingindo 658,5 iuans por tonelada, o menor nível desde agosto de 2023. Já o minério de ferro com vencimento em outubro, negociado na Bolsa de Cingapura, recuou 2,31%, cotado a 81,55 dólares a tonelada.

Segundo analistas do Westpac, “o sentimento de aversão ao risco persiste devido às fracas perspectivas para a demanda chinesa, como demonstrado pela redução nas construções de novas moradias e pela limitada compensação do setor de infraestrutura”.

Entre janeiro e agosto, a produção de minério de ferro na China cresceu 4,1% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados do National Bureau of Statistics, divulgados pela Hexun Futures. No mesmo período, as exportações de aço inoxidável registraram aumento recorde em agosto, subindo 33,4% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria chinesa Mysteel. Esse aumento nas exportações reflete o redirecionamento das usinas chinesas ao mercado internacional, em resposta à fraca demanda doméstica.

Apesar das iniciativas do governo chinês para impulsionar a economia, a recuperação permanece lenta. O banco central da China injetou dinheiro no sistema bancário com uma taxa de juros reduzida, sinalizando sua intenção de adotar novos estímulos monetários. Contudo, analistas indicam que essa medida não representa uma flexibilização significativa da política econômica.

Além do minério de ferro, outros insumos siderúrgicos também sofreram desvalorização na DCE. Os contratos futuros de vergalhões na Bolsa de Futuros de Xangai recuaram 3,35%, enquanto a bobina laminada a quente caiu quase 2,5%, o fio-máquina perdeu 1,65% e o aço inoxidável registrou queda de 2,24%.