PGR pede ao STF investigação contra Eduardo Bolsonaro
- Núcleo de Notícias

- 26 de mai.
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Deputado licenciado é acusado de" tentar intimidar autoridades" e "interferir em processos judiciais" ao buscar apoio nos EUA

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alegando que suas recentes ações nos Estados Unidos podem configurar tentativa de intimidação contra autoridades brasileiras e interferência indevida em processos judiciais.
Segundo o documento da PGR, declarações públicas de Eduardo, incluindo entrevistas à imprensa internacional e postagens nas redes sociais, sugerem a intenção de constranger investigadores, promotores e magistrados envolvidos em ações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros aliados. A Procuradoria cita, inclusive, que tais condutas revelariam um “manifiesto tom intimidatório” e um “propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”.
Além da investigação sobre o parlamentar, o órgão requer também a oitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que há indícios de articulação para pressionar o Judiciário brasileiro por meio de mobilizações internacionais. A PGR destaca que há “evidências” de que Eduardo buscou apoio de autoridades estrangeiras para que sanções fossem aplicadas contra ministros do STF, em especial contra o ministro Alexandre de Moraes, acusado por ele de agir com parcialidade e autoritarismo.
Desde o fim de fevereiro, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos. No mês seguinte, ele anunciou oficialmente seu afastamento do cargo de deputado, afirmando que sua missão temporária seria a de ampliar o debate internacional sobre o que considera abusos cometidos por setores do Judiciário no Brasil. Ele tem participado de eventos, concedido entrevistas e visitado instituições com o objetivo declarado de “denunciar a perseguição a conservadores no Brasil”.
Ironicamente, o pedido da PGR será analisado justamente por Alexandre de Moraes, que tem sido alvo constante das críticas do deputado licenciado. A movimentação da Procuradoria, contudo, levanta suspeitas de uso político do sistema judicial, ao passo que evidencia o cerco institucional montado contra lideranças de oposição, especialmente da base conservadora.



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