Presidente do TCU alerta: “Previdência é uma bomba que não vai parar de explodir”

Vital do Rêgo aponta déficit crescente e falta de soluções eficazes para evitar colapso financeiro

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, fez um alerta contundente sobre a grave situação da Previdência Social, classificando o sistema como uma “bomba que não vai parar de explodir”. O ministro destacou que a crise previdenciária é impulsionada pelo envelhecimento da população e pela redução da taxa de natalidade, fatores que comprometem a sustentabilidade do modelo atual.

Segundo projeções do governo, o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode dobrar até 2060 e quadruplicar até 2100. Em 2024, os gastos com aposentadorias e pensões do INSS atingiram cerca de R$ 960 bilhões, com previsão de ultrapassar R$ 1 trilhão neste ano. O rombo do sistema somou R$ 297 bilhões no último ano, enquanto a previdência dos servidores públicos e militares adicionou um déficit de R$ 112,2 bilhões, totalizando R$ 410 bilhões em desequilíbrio.

Vital do Rêgo ressaltou que a proporção entre contribuintes e beneficiários despencou de cinco para 1,7 nos últimos dez anos, tornando inviável a manutenção do sistema sem mudanças estruturais. Entre as soluções sugeridas, ele defendeu medidas para coibir fraudes e revisar gastos indevidos, sem a necessidade de novas reformas constitucionais.

No fim de 2023, o governo iniciou um pente-fino em benefícios temporários e propôs mudanças na aposentadoria dos militares, incluindo a exigência de idade mínima de 55 anos. O projeto, no entanto, ainda aguarda votação no Congresso.

Com a dívida previdenciária em alta, economistas alertam que sem ajustes concretos, o país pode enfrentar um colapso fiscal nos próximos anos.