Presidente eleito da Polônia se opõe à entrada da Ucrânia na União Europeia

Karol Nawrocki condiciona apoio a Kiev ao respeito pelos interesses poloneses e à revisão de disputas históricas e econômicas

O presidente eleito da Polônia, Karol Nawrocki, declarou que se opõe, no momento, à entrada da Ucrânia na União Europeia, afirmando que o apoio de Varsóvia a Kiev no conflito contra a Rússia não deve suplantar os interesses nacionais poloneses. A declaração foi feita no sábado (7). Karol Nawrocki também ressaltou a necessidade de “compromisso e consenso” em questões históricas e comerciais entre os dois países.

“Embora a Ucrânia se defenda com coragem da agressão russa, isso não a isenta de respeitar os interesses dos países que a apoiam”, afirmou Nawrocki. “Durante a campanha, deixei claro que não aceitarei, nem agora como presidente, qualquer forma de concorrência desleal contra os agricultores e transportadores poloneses.”

Desde 2022, a Polônia tem se manifestado contra o regime de isenção tarifária concedido pela União Europeia à Ucrânia, medida que, embora promovida por Bruxelas como um apoio econômico vital, provocou protestos de produtores locais prejudicados, especialmente no setor agrícola. O acordo expirou nesta semana após a falta de consenso para sua prorrogação.

Historiador conservador e crítico declarado da influência russa, Karol Nawrocki ficou conhecido por sua atuação na remoção de monumentos soviéticos em solo polonês – o que o colocou na lista de procurados do governo russo. Ele derrotou por uma margem estreita o prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, no segundo turno das eleições presidenciais em 1º de junho, com 50,89% dos votos, após uma campanha centrada em valores católicos, soberania nacional e revisão das relações com a UE.

Karol Nawrocki assumirá o cargo em 6 de agosto. Embora a presidência polonesa seja, em grande parte, cerimonial, o cargo possui poder de veto e influência significativa sobre a política externa do país.