Preços do petróleo sobem mais de 3% com novas sanções dos EUA à Rússia

Alta reflete preocupações com interrupções no fornecimento e impactos geopolíticos das medidas contra o setor energético russo

Os preços do petróleo registraram alta expressiva na sexta-feira, impulsionados pelo aumento das tensões geopolíticas e pela imposição de novas sanções econômicas dos Estados Unidos à Rússia. O Brent avançou 3,7%, fechando a US$ 79,76 por barril, enquanto o petróleo dos EUA subiu 3,6%, encerrando a sessão a US$ 76,57 por barril, marcando os níveis mais altos dos últimos três meses.

As sanções, anunciadas pelo governo de Joe Biden, têm como alvo empresas estratégicas do setor de energia russo, como a Gazprom Neft e a Surgutneftegas, além de 183 navios vinculados ao transporte de petróleo. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, essas medidas buscam enfraquecer a capacidade financeira da Rússia de sustentar o conflito na Ucrânia, que já devastou cidades inteiras e causou dezenas de milhares de vítimas desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

O anúncio das sanções ocorre em meio às expectativas de transição para o governo do presidente eleito Donald Trump, cuja posse está prevista para o próximo dia 20. Analistas apontam que o atual governo Biden pode intensificar suas medidas contra a Rússia e o Irã antes de deixar o poder, em uma tentativa de pressionar Moscou e fortalecer Kiev nas negociações de paz.

Além das sanções, as condições climáticas extremas previstas para os Estados Unidos e Europa também estão contribuindo para a alta dos preços. Com temperaturas abaixo da média nas regiões centrais e leste dos EUA, e um inverno rigoroso em curso na Europa, a demanda por energia deve permanecer elevada, pressionando os estoques globais de petróleo.