Putin fala em reconhecer realidades do terreno e afirma: "Toda a Ucrânia é nossa"
- Núcleo de Notícias
- 20 de jun.
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Presidente russo cita "unidade" entre russos e ucranianos enquanto segue com avanço militar

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (20), durante painel no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que Moscou não está exigindo a rendição incondicional da Ucrânia. Em contraste com declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao Irã, Putin declarou que seu governo "apenas quer que Kiev reconheça a nova realidade geopolítica" imposta pela guerra.
“Não estamos buscando a rendição da Ucrânia”, afirmou o líder russo. “Insistimos no reconhecimento das realidades que se formaram no terreno.” Para Putin, a guerra no Leste Europeu tem natureza completamente distinta da escalada atual no Oriente Médio.
Durante a sessão de perguntas e respostas, Putin também comentou sobre os avanços militares russos além das regiões ucranianas anexadas em 2022, após referendos rejeitados pela comunidade internacional. Embora não tenha confirmado novos objetivos concretos, sugeriu que toda a Ucrânia faz parte de uma mesma nação.
“Já disse muitas vezes que considero russos e ucranianos um só povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”, afirmou. Apesar disso, reiterou que Moscou não nega o direito da Ucrânia de existir como país independente, sinalizando uma contradição entre discurso simbólico e pretensões territoriais.
Putin ainda indicou que não está nos planos imediatos tomar a cidade ucraniana de Sumy, mas deixou a possibilidade em aberto. “Não temos o objetivo de capturar Sumy, mas, em princípio, não descarto isso”, disse. A região já conta com uma “zona de amortecimento” de 10 a 12 quilômetros de profundidade, segundo ele, criada para afastar ataques das áreas fronteiriças russas.
O presidente russo alegou que a ofensiva da Ucrânia na região de Kursk, em agosto do ano passado, resultou em sérias perdas para as forças de Kiev. Segundo Putin, a resposta russa à incursão teria causado cerca de 76 mil baixas ucranianas e contribuído para um “colapso” da frente militar inimiga. Ele ainda afirmou que os efetivos das Forças Armadas da Ucrânia estariam atualmente com apenas 47% de seu contingente operacional preenchido.
A retórica de Putin reforça a estratégia do Kremlin de legitimar suas conquistas territoriais e manter pressão militar constante sobre a Ucrânia, ao mesmo tempo em que busca relativizar suas intenções diante da comunidade internacional. Apesar de negar a intenção de anexar novas áreas explicitamente, o discurso sinaliza que avanços adicionais não estão fora de cogitação, especialmente diante da fragilidade das defesas ucranianas.
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