Regime de Maduro condena jovem a 10 anos de prisão por crítica nas redes sociais
- Núcleo de Notícias
- 27 de jun.
- 2 min de leitura
Caso expõe perseguição política e censura brutal na Venezuela, que mergulha cada vez mais no autoritarismo chavista

Uma jovem venezuelana de 25 anos, Merlys Oropeza, foi condenada a dez anos de prisão por ter feito uma crítica ao regime chavista em uma publicação no Facebook. A sentença foi proferida no último dia 23 de junho, no estado de Monagas, e representa mais um episódio do autoritarismo brutal na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro.
Merlys foi acusada de “incitação ao ódio”, uma tipificação genérica criada por Maduro e comumente usada para perseguir opositores e silenciar qualquer forma de dissidência. A publicação que motivou sua prisão, feita em agosto de 2024, criticava o programa de alimentos subsidiados do governo e a chefe de rua local – figura que atua como braço político do regime nos bairros, responsável por distribuir cestas básicas conforme a lealdade ideológica dos moradores.
"Que triste ver pessoas que preferem um saco de gorgulhos a um futuro para seus filhos", escreveu Merlys na rede social. A denúncia partiu da própria chefe de rua mencionada na publicação, que entregou o caso às autoridades chavistas.
A sentença, que sequer foi publicada oficialmente pelo Judiciário venezuelano, foi revelada por uma fonte próxima à jovem. A família, temendo represálias, preferiu não se pronunciar. Em carta divulgada recentemente nas redes sociais, escrita da prisão, Merlys demonstrou profundo desespero com sua situação: “Estou destruída, mãe, estou vazia, pai. Não encontro motivos para continuar vivendo.”
O caso de Merlys Oropeza escancara a natureza opressora do regime venezuelano, que faz uso da máquina estatal para calar qualquer crítica, por menor que seja. Sob a fachada de um governo popular, a Venezuela transformou-se em um estado totalitário que pune com severidade seus próprios cidadãos por exercerem o direito básico à liberdade de expressão.
Essa condenação de dez anos por uma simples postagem reforça o perfil de um regime sustentado por vigilância política, medo e controle absoluto. A omissão da comunidade internacional diante desses abusos apenas aprofunda a tragédia de um povo condenado ao silêncio forçado.
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