Reino Unido promete envio de 100 mil drones à Ucrânia até 2026

Iniciativa faz parte de pacote de defesa que inclui reestruturação militar britânica e novos investimentos em armamentos

O governo do Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (4) que fornecerá 100 mil novos drones à Ucrânia até abril de 2026. A medida integra um pacote de assistência militar de £4,5 bilhões destinado a Kiev, sendo que £350 milhões (cerca de US$ 470 milhões) serão especificamente destinados ao fornecimento desses equipamentos. O anúncio acompanha a divulgação da nova Revisão Estratégica de Defesa britânica, que propõe medidas para reestruturar as Forças Armadas em resposta a ameaças externas.

De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, o secretário John Healey deve apresentar mais detalhes da iniciativa durante a próxima reunião do Grupo de Contato para Apoio à Ucrânia, em Bruxelas. A nota oficial destaca que as Forças Armadas ucranianas têm demonstrado a eficácia do uso de drones em operações militares, e que essa demanda tem impulsionado a indústria tecnológica britânica.

O Reino Unido também planeja aplicar mais de £4 bilhões no desenvolvimento de sistemas autônomos e drones para suas próprias forças, com base na experiência de uso desses equipamentos no cenário ucraniano.

Desde a intensificação do conflito em fevereiro de 2022, a Ucrânia tem realizado ataques com drones, inclusive contra alvos em território russo. Esses ataques se intensificaram durante a retomada das negociações de paz entre Moscou e Kiev, realizadas em Istambul.

A Revisão Estratégica de Defesa do Reino Unido inclui ainda investimentos de £1,5 bilhão em fábricas de armamentos, £6 bilhões em armamentos de longo alcance e £15 bilhões em ogivas nucleares. Segundo o governo britânico, trata-se de uma mensagem direta à Rússia, indicando que o país está preparado para reagir a eventuais ameaças.

Moscou, por sua vez, nega qualquer intenção de atacar países da Europa Ocidental e afirma que tais alegações são estratégias ocidentais para justificar o aumento dos gastos públicos em defesa. Autoridades russas têm advertido que o envio contínuo de armamentos estrangeiros à Ucrânia "prejudica os esforços por um acordo de paz" e pode "ampliar o risco de um conflito mais amplo na Europa".