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Relatório expõe atividades nucleares secretas do Irã

Teerã pode ser levado ao Conselho de Segurança da ONU após revelações sobre programa clandestino de armamento


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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelou que o Irã conduziu atividades nucleares não declaradas em pelo menos três locais distintos, utilizando material nuclear sem o devido conhecimento do órgão de fiscalização. As conclusões, divulgadas em um relatório confidencial elaborado a pedido do Conselho de Governadores da AIEA — composto por 35 países —, devem intensificar a pressão internacional sobre o regime iraniano, podendo culminar em uma resolução formal de violação das obrigações de não proliferação nuclear.


Segundo diplomatas, Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha já preparam uma resolução com base nas descobertas do relatório, que deverá ser apresentada durante a próxima reunião do conselho, marcada para a semana de 9 de junho. Caso aprovada, será a primeira vez em quase duas décadas que o Irã será formalmente considerado em não conformidade com seus compromissos nucleares.


Embora Teerã afirme que seu programa nuclear tem "fins exclusivamente pacíficos", o relatório da AIEA contradiz essa alegação, indicando que os locais Lavisan-Shian, Varamin e Turquzabad estiveram envolvidos em um programa estruturado e clandestino de desenvolvimento nuclear até o início dos anos 2000. A agência detalha, por exemplo, que em Lavisan-Shian, um disco metálico de urânio foi usado em 2003 em testes para fontes de nêutrons acionadas por explosão — etapa fundamental para a ativação de ogivas nucleares.


Além disso, a AIEA aponta que materiais nucleares ou equipamentos altamente contaminados foram armazenados em Turquzabad entre 2009 e 2018. A agência continua exigindo explicações do Irã sobre vestígios de urânio detectados em dois dos quatro locais investigados, afirmando que a cooperação de Teerã tem sido “inferior ao satisfatório”.


O relatório deverá agravar ainda mais a tensão entre Teerã e o Ocidente, podendo levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU em uma etapa futura. A expectativa, segundo analistas, é que o Irã responda acelerando ainda mais seu programa nuclear, como fez após advertências anteriores, o que poderá comprometer qualquer tentativa de negociação com os Estados Unidos.


Um segundo documento da AIEA enviado aos Estados membros aponta que o Irã aumentou em quase 50% seu estoque de urânio enriquecido a 60% de pureza — um nível próximo ao necessário para armas nucleares, que exige cerca de 90%. O atual estoque, de 408,6 kg, seria suficiente, se enriquecido, para produzir até nove ogivas atômicas, de acordo com os padrões da própria AIEA.

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