Rússia acusa Ucrânia e Ocidente de rejeitarem a paz
- Núcleo de Notícias
- 7 de out. de 2024
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A Rússia estaria aberta a uma resolução diplomática, mas Kiev e seus aliados "preferem prolongar o conflito", diz chanceler
Foto: POOL/REUTERS
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou que Moscou estaria disposta a buscar uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia que abordasse suas causas profundas, mas que nem Kiev nem seus apoiadores ocidentais demonstram interesse em tal desfecho. A afirmação foi dada em entrevista à revista Newsweek, publicada nesta segunda-feira (07).
Lavrov afirmou que, para encerrar o conflito de maneira definitiva, seria necessário que o Ocidente interrompesse o envio de armamentos à Ucrânia e que Kiev retornasse a uma posição neutra, sem blocos militares e sem armas nucleares, além de garantir a proteção da língua russa e os direitos de seus cidadãos. O ministro também destacou que a Rússia não busca apenas um cessar-fogo temporário, mas sim uma solução duradoura.
Ele sugeriu que os acordos de Istambul, quase aprovados pelas delegações da Rússia e da Ucrânia em março de 2022, poderiam servir como base para um entendimento. Esses acordos previam a abstenção formal de Kiev em aderir à OTAN e ofereciam garantias de segurança à Ucrânia, enquanto reconheciam as "realidades no terreno" daquele momento.
No entanto, Lavrov criticou a postura de Kiev e dos países ocidentais, lembrando que, em junho, o presidente russo Vladimir Putin delineou condições para um acordo de paz, que foram ignoradas quando a Ucrânia respondeu com uma incursão armada na região russa de Kursk. Para Lavrov, o apoio contínuo dos Estados Unidos e da OTAN a Kiev reflete um desejo explícito de infligir uma "derrota estratégica" à Rússia.
Lavrov também relembrou os esforços russos ao longo de mais de uma década para resolver a crise com a Ucrânia, mas que, segundo ele, foram sistematicamente frustrados pelo Ocidente. Ele citou o "golpe" apoiado pelos EUA em 2014, os Acordos de Minsk que nunca foram cumpridos, e o acordo de paz de Istambul, que teria sido abandonado por pressão do então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
O chanceler russo enfatizou que o maior custo desse conflito está sendo pago pelo povo ucraniano, "cruelmente empurrado por suas próprias autoridades para a guerra". Ele advertiu que, enquanto Washington e a OTAN continuarem a alimentar a guerra, o restabelecimento da paz estará distante.
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