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Rússia planeja retirar o Talibã da lista de organizações terroristas

Autoridades russas os consideram potenciais aliados contra o Estado Islâmico


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Foto: Mohammad Shoib/Reuters


Moscou irá remover o Talibã da lista de organizações terroristas, anunciou Zamir Kabulov, enviado presidencial da Rússia ao Afeganistão, nesta sexta-feira. A mudança também foi confirmada por Aleksandr Bortnikov, chefe do Serviço Federal de Segurança (FSB), responsável pelo combate a ameaças terroristas.


A Rússia foi uma das primeiras nações a estabelecer contatos com o Talibã após o grupo assumir o poder no Afeganistão em 2021. No entanto, Moscou ainda não reconheceu formalmente o grupo como governo oficial do país.


O Talibã tomou o controle de Cabul durante a última etapa da retirada desordenada das tropas dos EUA, encerrando 20 anos de ocupação ocidental. O governo apoiado por Washington, liderado pelo presidente Ashraf Ghani, fugiu do país, assim como muitos cidadãos que trabalharam com os americanos.


Em maio, Kabulov declarou que o Talibã “definitivamente não é nosso inimigo.” Na sexta-feira, o diplomata afirmou que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia e o FSB estão colaborando com outras agências governamentais para formalizar a remoção do Talibã da lista de terroristas do país. “Uma decisão fundamental já foi tomada pela liderança russa,” afirmou Kabulov, explicando que agora resta o trabalho jurídico e legislativo para concretizar a mudança.


Segundo Bortnikov, essa decisão abrirá caminho para uma “cooperação pragmática” com o grupo, incluindo o combate ao crime organizado e ao ISIS-K, uma ramificação regional do Estado Islâmico (ISIS). O ISIS-K reivindicou responsabilidade por diversos ataques na Rússia este ano, incluindo o ataque a um local de shows nos arredores de Moscou em março, que deixou 145 mortos.


O Talibã foi incluído na lista de terroristas pela Rússia em 2003, quando as autoridades o associaram à insurgência islâmica no Cáucaso e ao sequestro de um avião civil russo em 1995. Contudo, a postura de Moscou em relação ao grupo mudou após a derrota dos insurgentes no Cáucaso e com o surgimento do ISIS em meados de 2010.


Em julho, o presidente Vladimir Putin afirmou que o Talibã exerce controle de fato sobre o Afeganistão, e que o grupo seria um aliado no combate ao terrorismo. No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, declarou em junho que a Rússia só reconhecerá formalmente o governo do Talibã se o grupo atender a certas condições, como o combate ao tráfico de drogas e ao terrorismo, além do respeito aos direitos fundamentais de todas as nações do Afeganistão.

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