Saída de dólares se intensifica e Brasil fecha dezembro com forte fluxo cambial negativo

Núcleo de Notícias
há 20 horas
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Movimento é puxado pela via financeira e reforça pressão sobre o câmbio em meio à deterioração da confiança

O Brasil voltou a registrar uma expressiva saída líquida de dólares em dezembro, aprofundando um quadro de fragilidade no balanço cambial do país. Segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central, o fluxo cambial total ficou negativo em US$ 3,363 bilhões no mês até o dia 19, resultado impulsionado quase integralmente pela via financeira, que segue concentrando a fuga de recursos.

O fluxo cambial negativo ocorre quando mais dólares deixam o país do que entram, seja por decisões de investimento, remessas de lucros, pagamentos de juros ou outros movimentos financeiros. Na prática, esse desequilíbrio pressiona a disponibilidade de moeda estrangeira, podendo influenciar tanto o câmbio quanto a percepção externa sobre o cenário econômico.

Pelo canal financeiro, as saídas líquidas somaram US$ 9,230 bilhões no período. O volume demonstra a perda de apetite de investidores e o aumento da drenagem de capital em um ambiente marcado por incerteza fiscal, deterioração das expectativas econômicas e risco institucional elevado.

O saldo foi parcialmente compensado pelo canal comercial, que apresentou resultado positivo de US$ 5,867 bilhões até o dia 19. Ainda assim, o desempenho das exportações e importações não foi suficiente para neutralizar o impacto da saída de recursos financeiros, mantendo o resultado agregado em terreno negativo.

A pressão se intensificou na semana de 15 a 19 de dezembro, quando o fluxo cambial total ficou negativo em US$ 6,472 bilhões, sinalizando aceleração da saída de dólares justamente na reta final do ano, período tradicionalmente sensível para o mercado de câmbio.

No acumulado de 2025 até 19 de dezembro, o quadro é ainda mais preocupante. O Brasil registra um fluxo cambial total negativo de US$ 23,118 bilhões, refletindo um cenário de desconfiança persistente e dificuldade de atrair capital externo de forma sustentável.

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