Sergio Moro rebate declarações de Lula: "Teve mais direito à defesa do que os presos do 8 de janeiro"
- Núcleo de Notícias

- 16 de dez. de 2024
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O ex-juiz da Lava Jato rebateu as declarações do presidente, enfatizando que Lula foi beneficiado por ampla defesa e por reviravoltas políticas inéditas no Judiciário

O senador Sergio Moro (União Brasil) e sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro, contestaram duramente as afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que não teve direito à ampla defesa e presunção de inocência durante o processo que culminou em sua prisão na Lava Jato. Segundo Moro, Lula foi tratado com mais garantias do que qualquer brasileiro, sobretudo em comparação às prisões preventivas de envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
“O ex-presidente teve assegurado o direito de defesa em todas as etapas do processo, foi condenado por 9 magistrados em 3 instâncias e só foi preso após esgotados os recursos,” destacou Moro em publicação no X (antigo Twitter). Ele ainda ressaltou que Lula foi beneficiado por decisões políticas posteriores que anularam suas condenações, mas não o absolveram.
Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, Lula afirmou desejar que os acusados dos atos de 8 de janeiro, incluindo o General Braga Netto, preso no último sábado (14), tenham direito à presunção de inocência, algo que, segundo ele, não lhe foi garantido.
Contudo, até a própria reportagem do programa contradisse o presidente, explicando que sua defesa participou de todas as fases do julgamento relacionado ao caso do tríplex no Guarujá.
Rosangela Moro também reforçou as contradições de Lula, acusando-o de mentir ao afirmar que não teve direito à presunção de inocência. “Ele nunca foi preso preventivamente, apresentou centenas de recursos e teve suas condenações anuladas em uma decisão política, sem ser inocentado,” afirmou.
Lula foi condenado em 2018 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Sua prisão ocorreu com base no entendimento então vigente do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitia a execução da pena após condenação em segunda instância. Esse entendimento foi revogado em 2019, resultando na libertação de Lula e, posteriormente, na anulação de suas condenações pelo STF sob alegação de incompetência jurisdicional da 13ª Vara Federal de Curitiba.



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