Setor de alumínio sofre impacto bilionário com tarifas dos EUA, apesar de exclusão parcial

Mesmo com a retirada da alumina da lista de sobretaxas, insumos essenciais seguem penalizados e ameaçam competitividade do Brasil no setor

A indústria do alumínio no Brasil já contabiliza perdas bilionárias após a imposição de tarifas de 50% por parte do governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), os prejuízos acumulados atingem R$ 1,15 bilhão, mesmo com a exclusão da alumina — principal matéria-prima da cadeia — da lista de produtos tarifados.

A entidade alertou que componentes fundamentais do processo produtivo continuam sendo diretamente afetados pela medida. Entre os itens ainda sujeitos à sobretaxa estão a bauxita, o hidróxido de alumínio, o óxido de alumínio e o cimento aluminoso — todos insumos-chave na transformação e fabricação de produtos finais.

“Apesar da não cumulatividade representar um alívio parcial, os impactos diretos das medidas já são expressivos”, destacou a Abal em nota oficial. A associação explicou que cerca de um terço da indústria segue diretamente afetada, com riscos concretos de inviabilização das exportações desses produtos para o mercado norte-americano.

Em 2024, o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de alumina para os Estados Unidos. O insumo representa aproximadamente 90% de toda a produção de alumínio primário no país e ainda abastece o Canadá, que responde por cerca de 64% da transformação de alumínio primário consumido pelas indústrias dos Estados Unidos.

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Carlos Dias.

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