Sob pressão política, governo Lula libera bilhões em troca de apoio no Congresso
- Núcleo de Notícias

- 19 de jun.
- 1 min de leitura
Verbas públicas são usadas como moeda de troca em meio à crise envolvendo o IOF e crescente desgaste da base aliada

Em mais um movimento típico de um governo que privilegia acordos políticos sobre critérios técnicos, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou, entre os dias 16 e 17 de junho, quase R$ 2 bilhões em emendas e verbas extras — uma tentativa clara de conter o desgaste político após seguidas derrotas no Congresso, especialmente relacionadas à mudança na tributação do IOF, proposta pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida tem como objetivo atender aos interesses da base governista e conter o avanço da insatisfação entre deputados e senadores.
Boa parte dos recursos foi direcionada a redutos eleitorais de aliados influentes, como Alagoas, estado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que sozinho viu sua base em Maceió ser contemplada com R$ 129 milhões. São Paulo também recebeu um volume expressivo, com R$ 85 milhões, beneficiando parlamentares da coalizão petista.
A liberação bilionária ocorreu logo após uma reunião realizada no último sábado (14), entre Lula, Arthur Lira e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, Hugo Motta teria expressado abertamente seu descontentamento com o ritmo lento na distribuição dos recursos. O Planalto, temendo novas derrotas em votações estratégicas, cedeu prontamente às pressões.
Ao colocar bilhões à disposição de aliados em meio à tentativa de avanço de uma agenda tributária impopular, o Executivo sinaliza mais uma vez que sua prioridade está na manutenção de apoios, e não na responsabilidade fiscal ou na transparência com o uso dos recursos públicos.



Comentários