Tarifas de Trump ao Brasil entram em vigor nesta quarta-feira

Núcleo de Notícias
há 6 dias
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Governo brasileiro mostra-se incapaz de negociar com os Estados Unidos

Imagem: Gage Skidmore/Flickr CC BY-SA 2.0

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros entram oficialmente em vigor nesta quarta-feira (6), enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua sem apresentar uma estratégia concreta para lidar com o impacto econômico da medida. Em discurso na terça-feira (5), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o presidente brasileiro afirmou que não pretende ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fim de tratar do chamado “tarifaço”.

— Não vou ligar para o Trump para negociar nada [sobre o tarifaço], porque ele não quer. Mas pode ficar certa, Marina [Silva, ministra do Meio Ambiente]. Vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP [a conferência do clima, que acontecerá em Belém] — declarou Lula, tentando deslocar o foco da crise para o debate ambiental.

O presidente brasileiro criticou a forma como as sanções foram anunciadas — por meio de uma carta publicada pelo presidente Trump em suas redes sociais — e afirmou que o mandatário americano “não tinha direito” de impor as tarifas da maneira como fez.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, a sobretaxa de 50% atingirá diretamente 35,9% das exportações brasileiras aos EUA. O impacto só não será mais severo porque 694 produtos foram incluídos numa lista de exceções — entre eles, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro. A Embraer, importante fabricante de aeronaves, conseguiu reduzir a alíquota da tarifa que incidirá sobre seus produtos.

A postura adotada por Lula diante de um dos maiores parceiros comerciais do Brasil tem gerado apreensão no setor produtivo e entre analistas de mercado, que enxergam risco de agravamento da crise econômica caso o impasse diplomático com Washington se prolongue. A ausência de uma iniciativa efetiva do governo brasileiro para dialogar com o presidente Trump é vista como um erro estratégico grave, que pode comprometer exportações e impactar diretamente empregos e investimentos no país.

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