Trump alerta que ofensiva de Israel ao Irã “pode acontecer”, enquanto os EUA iniciam evacuação no Oriente Médio
- Núcleo de Notícias
- 12 de jun.
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Aumento da tensão ocorre em meio a impasse nuclear com Teerã e alerta da AIEA sobre estoque de urânio enriquecido

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (12) que um ataque israelense ao Irã “pode acontecer”, mesmo sem considerar a ação iminente. A declaração foi feita em meio ao agravamento das tensões no Oriente Médio, com os EUA iniciando evacuações de pessoal em regiões próximas a Teerã e as negociações nucleares enfrentando novo impasse.
“Não quero dizer que é iminente, mas parece algo que pode muito bem acontecer”, disse Trump, ao destacar que o Irã não pode, sob hipótese alguma, obter uma arma nuclear. “É muito simples. Não é complicado. O Irã não pode ter uma arma nuclear”, reiterou. Ao mesmo tempo, Trump afirmou que gostaria de evitar o conflito, mas ressaltou que Teerã “vai ter que negociar de forma mais dura” e ceder em pontos que até agora se recusa a abrir mão — como o enriquecimento de urânio.
As declarações de Trump ocorrem após a ordem de evacuação parcial da embaixada dos EUA no Iraque e a recomendação para que civis e dependentes militares deixem o Oriente Médio. Segundo ele, “pode se tornar um lugar perigoso” e “não quero ser o responsável por não ter avisado se mísseis começarem a cair nos prédios”. Apesar das movimentações, nenhum militar americano foi retirado da região até o momento.
Em paralelo, o enviado especial Steve Witkoff se prepara para uma nova rodada de negociações nucleares com o Irã em Omã, marcada para domingo (8). No entanto, as conversas se encontram estagnadas devido à recusa iraniana em abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio — mesmo com os Estados Unidos exigindo a eliminação completa desses programas, inclusive os destinados à produção de energia civil.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) soou o alarme ao revelar que o Irã aumentou em 35% seu estoque de urânio enriquecido a 60%, entre fevereiro e maio deste ano, ultrapassando 900 libras do material — um volume suficiente para uma ogiva nuclear em apenas dois a três dias, segundo o Instituto para a Ciência e Segurança Internacional. A projeção é ainda mais alarmante: o regime iraniano poderia produzir até 9 armas nucleares em três semanas e 22 em cinco meses, utilizando suas instalações em Fordow e Natanz.
Diante do cenário, o Conselho de Governadores da AIEA aprovou uma resolução que declara o Irã em violação do Tratado de Não Proliferação Nuclear, algo que não ocorria há quase duas décadas. A medida abre caminho para que o caso seja levado ao Conselho de Segurança da ONU, onde podem ser reimpostas sanções severas contra Teerã — sanções estas que foram suspensas sob o malfadado acordo nuclear de 2015.
Apesar disso, China, Rússia e Burkina Faso se posicionaram contra a condenação ao Irã, mesmo diante da recusa de Teerã em permitir inspeções completas da AIEA em suas instalações. O regime islâmico, conhecido por financiar grupos terroristas e desestabilizar toda a região, continua a desafiar a comunidade internacional com suas ambições nucleares.
As divergências internas nos EUA também são evidentes. Enquanto o secretário de Defesa Pete Hegseth alertou que o Irã está “muito próximo de algo que se parece com uma arma nuclear”, a Direção Nacional de Inteligência minimizou a ameaça meses atrás, afirmando que o país não estaria fabricando uma bomba — declaração agora cada vez mais contestada diante dos fatos emergentes.
A crescente ameaça do Irã e a possibilidade de um ataque preventivo por parte de Israel recolocam o mundo diante do risco de uma nova guerra no Oriente Médio, potencializada pela fragilidade da diplomacia e pela postura leniente de governos que falham em conter um dos regimes mais perigosos da atualidade.
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