Trump ameaça impor sanções a Rússia e Ucrânia caso conflito persista
- Núcleo de Notícias

- 6 de jun.
- 2 min de leitura
Presidente dos EUA condiciona medidas a avanços nas negociações de paz e admite pressionar ambos os lados do conflito

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na quinta-feira (5) que pode impor sanções tanto à Rússia quanto à Ucrânia, caso os dois países não avancem para um acordo de paz. A declaração foi feita durante encontro na Casa Branca com o chanceler alemão Friedrich Merz, e marca uma mudança no tom da diplomacia americana, que até então vinha concentrando pressões apenas contra Moscou.
Trump resistiu até agora às pressões de líderes europeus por novas sanções à Rússia, afirmando que tomará uma decisão “quando o momento parecer certo”. O presidente justificou a cautela dizendo que novas restrições podem minar os esforços diplomáticos em curso entre Kiev e Moscou.
“O prazo está aqui na minha cabeça”, disse Trump, referindo-se ao momento certo para agir. O presidente ainda acrescentou que pode aplicar sanções a ambos os lados, afirmando que “seremos muito, muito, muito duros, e pode ser com os dois países, para ser honesto”. Ele comparou o conflito a “duas crianças brigando no parquinho”.
Trump também comentou sobre um projeto de lei em tramitação no Senado, patrocinado pelo senador republicano Lindsey Graham, seu aliado político. A proposta prevê uma tarifa de 500% sobre países que importem energia, urânio e outras matérias-primas da Rússia — medidas que afetariam principalmente Índia e China. Trump afirmou que a proposta “será guiada por mim”, mas sugeriu que ainda pode ser útil “deixar os dois brigarem por um tempo antes de separá-los”.
A declaração do presidente americano ocorre em meio à intensificação dos ataques ucranianos contra território russo. Nos últimos dias, Kiev promoveu bombardeios com drones contra bases aéreas russas e sabotagens em ferrovias nas regiões de Bryansk e Kursk, que resultaram na morte de sete pessoas e dezenas de feridos. Moscou acusa a Ucrânia de tentar sabotar as negociações de paz com esses ataques.
O Kremlin também alegou que Trump estaria recebendo informações “filtradas” sobre o conflito, oriundas de setores favoráveis ao apoio irrestrito dos EUA a Kiev. Em telefonema não divulgado anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin teria alertado Trump de que os recentes ataques ucranianos visam minar as tratativas diplomáticas. A segunda rodada dessas negociações ocorreu em Istambul na última segunda-feira.
Trump descreveu a conversa como “boa” e relatou que Putin “falou com firmeza que teria de responder aos recentes ataques às bases aéreas russas”.



Comentários