Trump anuncia acordo comercial com a China: “Está feito”

Negociações avançam após meses de tensão tarifária; acordo prevê flexibilização em exportações e garantias sobre terras raras

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (11) que um novo acordo comercial com a China foi concluído, restando apenas a aprovação final de ambos os chefes de Estado. A declaração foi publicada em sua rede social, Truth Social, após meses de tensões comerciais e tarifárias que escalaram entre as duas maiores economias do mundo.

“Nosso acordo com a China está feito, sujeito apenas à aprovação final entre o presidente Xi e eu”, escreveu Trump. Sem divulgar os termos completos, ele antecipou que os EUA manterão tarifas totais de 55%, enquanto a China terá 10%. “O relacionamento está excelente!”, acrescentou.

Entre os pontos destacados, Trump disse que a China fornecerá antecipadamente “imãs completos e quaisquer terras raras necessárias” — materiais fundamentais para a indústria tecnológica —, enquanto os Estados Unidos manterão o compromisso de receber estudantes chineses em suas universidades, conforme previamente acordado.

O anúncio ocorre após o impasse tarifário iniciado em abril, quando Trump impôs novas tarifas abrangentes a mais de 90 países, incluindo a China, sob o argumento de desequilíbrio comercial. A resposta de Pequim foi imediata, com tarifas retaliatórias, levando os dois países a uma escalada que atingiu níveis de 145% pelos EUA e 125% pela China.

Apesar de um acordo preliminar alcançado em Genebra no mês passado, ambos os lados se acusaram de descumprir os termos e de travar as discussões em pontos sensíveis, como os controles de exportação e o acesso chinês a tecnologias norte-americanas ligadas à inteligência artificial.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que participou da última rodada de negociações em Londres, confirmou à imprensa que um acordo de estrutura foi alcançado. “Há substância agora”, disse ele, referindo-se à flexibilização mútua de restrições — especialmente no fornecimento de terras raras por parte da China e no relaxamento de certas proibições de exportação por parte dos EUA.

O vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, também confirmou que o acordo foi estabelecido “em princípio”, aguardando apenas o aval formal dos presidentes. As negociações seguiram uma ligação considerada “muito boa” entre Trump e Xi Jinping na semana passada.

As exportações de terras raras e imãs da China, cruciais para a produção de smartphones, veículos elétricos e armamentos, estiveram no centro das discussões. Enquanto isso, os EUA mantinham restrições rígidas à exportação de semicondutores e tecnologias sensíveis à China — ainda não está claro se essas limitações serão totalmente removidas no novo acordo.

As duas potências têm até 10 de agosto para finalizar um acordo comercial mais abrangente. Caso contrário, as tarifas que chegaram a níveis triplicados em abril podem voltar a vigorar.