Trump confirma tarifas recíprocas e provoca turbulência nos mercados globais

Anúncio da medida amplia incertezas no comércio global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que as novas tarifas recíprocas incluirão todos os países, intensificando preocupações sobre uma escalada nas tensões comerciais globais. Em declaração feita a bordo do Air Force One, Trump afirmou que a medida, batizada de “Dia da Libertação”, será formalizada na quarta-feira (2).

A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma aplicação mais seletiva das tarifas. O plano prevê a imposição de taxas proporcionais às cobradas por outros países sobre produtos americanos, justificando a medida como uma forma de proteger a economia dos EUA contra a concorrência considerada desleal.

Os efeitos do anúncio já foram sentidos nos mercados futuros, com quedas significativas nos principais índices americanos: o Dow Jones Futuro recuou 0,45%, o S&P 500 caiu 0,76% e o Nasdaq registrou perda de 1,20%. O movimento reflete o temor de investidores sobre o impacto da guerra comercial no crescimento econômico global.

Diante do risco crescente de recessão nos EUA, os títulos do Tesouro americano tiveram forte valorização. O rendimento dos papéis de dois anos caiu para 3,85%, enquanto os de 10 anos recuaram para 4,20%, sinalizando uma corrida por ativos seguros. O ouro também disparou, atingindo um valor recorde de US$ 3.128,06, reforçando a busca por proteção em meio à incerteza econômica.

Analistas alertam que a imposição generalizada das tarifas pode acelerar um cenário de estagflação — estagnação econômica combinada com inflação elevada. O Goldman Sachs elevou para 35% a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses, enquanto o Banco Central Europeu alertou que a medida pode prejudicar o crescimento da União Europeia.

O impacto das novas tarifas ainda é incerto, mas o consenso no mercado é de que as tensões comerciais devem se intensificar, ampliando os desafios econômicos globais nos próximos meses.