Trump critica Zelensky e diz que ataques da Ucrânia deram “motivo” para severa retaliação russa

Ex-presidente norte-americano condena escalada militar e afirma que ações de Kiev legitimam bombardeios da Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na sexta-feira (6) que os recentes ataques da Ucrânia contra alvos estratégicos na Rússia ofereceram ao presidente Vladimir Putin uma justificativa para retaliar com força. Segundo Trump, os bombardeios russos realizados na madrugada são consequência direta das ações do governo de Volodymyr Zelensky, que, segundo ele, “deu a Putin um motivo para bombardear o país”.

Os comentários de Trump foram feitos após uma série de ofensivas coordenadas por drones ucranianos contra bases aéreas russas que abrigam bombardeiros de longo alcance, capazes de transportar armamentos nucleares. Além disso, explosões em ferrovias dentro do território russo causaram a morte de ao menos sete pessoas e ferimentos em mais de 120, após descarrilamento de trens.

“Eles deram a Putin um motivo para ir lá e bombardeá-los com força ontem à noite”, declarou Trump. “Isso é algo de que não gostei. Quando vi aquilo, disse: ‘Lá vamos nós… agora vem o ataque.’”

Em resposta aos atentados, o Ministério da Defesa da Rússia informou que realizou ataques maciços contra instalações da indústria militar da Ucrânia, utilizando mísseis lançados por via aérea, terrestre e marítima, além de veículos aéreos não tripulados. Segundo Moscou, os alvos incluíram centros de treinamento de voo, depósitos de armas, oficinas de montagem de drones e empresas ligadas à produção e manutenção de equipamentos bélicos.

O presidente russo classificou os atentados às ferrovias como “atos terroristas” perpetrados por um “regime ilegítimo em Kiev”, que, em suas palavras, estaria “se convertendo gradualmente em uma organização terrorista”.

A Rússia também acusou a Ucrânia de intensificar suas ofensivas como estratégia para sabotar os esforços de negociação de paz com apoio dos EUA. O Kremlin alega que Trump estaria recebendo informações distorcidas sobre a guerra, filtradas por pessoas que pressionam Washington a continuar financiando Kiev.