Trump endurece com a China e eleva tarifa para 125% enquanto concede trégua de 90 dias a outros países

Medida sinaliza força dos EUA na guerra comercial e causa reação positiva nos mercados globais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) um novo e significativo aumento tarifário contra a China, elevando as tarifas de importação para 125%, com aplicação imediata. Em contrapartida, determinou uma trégua de 90 dias para outros países, reduzindo temporariamente as tarifas “universais” para 10%, enquanto continuam as negociações com mais de 75 nações.

A decisão foi divulgada em sua plataforma Truth Social e rapidamente confirmada por representantes da Casa Branca, incluindo o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o Secretário do Tesouro, Scott Bessent. Ambos acompanharam Trump durante a redação da mensagem, que Lutnick classificou como “uma das postagens mais extraordinárias de sua presidência”.

Segundo Trump, o endurecimento com Pequim é uma resposta direta à “falta de respeito que a China demonstrou pelos mercados mundiais”. O presidente norte-americano enfatizou que o regime chinês insiste em práticas desleais e que os tempos de exploração comercial e manipulação cambial estão chegando ao fim. “A China escolheu a direção oposta”, afirmou Lutnick em publicação na rede X.

A declaração de Trump provocou forte repercussão nos mercados. No Brasil, o dólar que se aproximava de R$ 6,00 recuou 1,45%, caindo para R$ 5,90. O Ibovespa subiu mais de 3,8%, atingindo a máxima do dia. Nos Estados Unidos, os índices dispararam: o Dow Jones saltou 6,59%, o S&P 500 subiu 7,17% e a Nasdaq avançou impressionantes 8,80%, refletindo o alívio dos investidores diante da sinalização de abertura diplomática com a maioria dos parceiros comerciais, exceto a China.

O comunicado de Trump destacou que os países beneficiados pela pausa tarifária não retaliaram as decisões americanas, demonstrando disposição para negociar de forma cooperativa. O presidente reiterou que a tarifa de 10% será aplicada de forma recíproca apenas durante o período de 90 dias, o que representa uma chance para realinhar as relações comerciais sem recorrer a retaliações agressivas.

A postura de Trump reforça sua estratégia de confronto direto com Pequim, enquanto busca acordos equilibrados com outras nações. Em um cenário global marcado por tensões comerciais, a medida posiciona os Estados Unidos como protagonistas na reconfiguração do comércio internacional, pressionando a China a mudar seu comportamento ou enfrentar consequências econômicas ainda mais severas.