Ucrânia atinge bases aéreas em território russo com drones e destrói dezenas de aeronaves
- Núcleo de Notícias

- 2 de jun.
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Operação sigilosa teria sido planejada por um ano e meio e causou prejuízos bilionários à aviação militar da Rússia

A Ucrânia realizou uma das mais ousadas e devastadoras ofensivas contra a infraestrutura militar russa desde o início da guerra em 2022. Com o uso de drones explosivos lançados de dentro do território russo, Kiev atacou, no domingo (1º), ao menos cinco bases aéreas estratégicas localizadas a centenas e até milhares de quilômetros da fronteira, destruindo ou danificando mais de 40 aeronaves, entre elas bombardeiros estratégicos TU-95, TU-22M3 e um dos raros aviões de vigilância A-50 da frota russa.
A ação foi posteriormente confirmada pelo Ministério da Defesa da Rússia, que reconheceu os ataques em regiões-chave como Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. O governo russo admitiu que em Murmansk e Irkutsk houve incêndios em aeronaves, desencadeados por drones lançados de áreas próximas às bases, e informou que algumas pessoas envolvidas nos ataques foram detidas. Ainda assim, afirmou que não houve vítimas e que os focos de incêndio foram controlados.
De acordo com fontes ucranianas, a operação foi batizada de "Teia de Aranha" e teria sido arquitetada ao longo de um ano e meio. Drones armados foram escondidos sob telhados de madeira adaptados em caminhões, que atravessaram a Rússia até se posicionarem próximos às bases. No momento programado, os telhados se abriram e os drones foram acionados remotamente, revelando um nível de sofisticação logística sem precedentes neste conflito. Vídeos divulgados mostram drones decolando a partir de veículos em movimento e aeródromos em chamas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou a ofensiva como uma “operação brilhante”, destacando que a missão foi coordenada a partir de uma localização próxima ao FSB, o serviço secreto russo. Segundo ele, a ação não mirou civis, mas exclusivamente ativos militares usados pela Rússia para bombardear a Ucrânia. Ele afirmou que 117 drones foram utilizados e que 34% dos porta-mísseis de cruzeiro estratégicos russos posicionados nas bases atingidas foram neutralizados.
“Essa foi uma operação absolutamente única. Planejamento, organização e execução foram impecáveis. Foi algo que autorizei há um ano e meio, e agora vemos o resultado: mais de 40 aeronaves estratégicas russas fora de combate”, afirmou Zelensky. Ele também confirmou que outras ações semelhantes estão sendo planejadas.
A Ucrânia, com recursos limitados em comparação ao arsenal russo, tem investido pesadamente no desenvolvimento de drones de ataque, que se tornaram peças-chave em sua estratégia de guerra. O impacto desta operação ocorre em um momento sensível, às vésperas de uma nova rodada de negociações de paz prevista para o dia 2 de junho, em Istambul.
Enquanto Moscou tenta conter os danos e compreender o nível de infiltração da inteligência ucraniana em seu território, Kiev envia uma mensagem clara de que sua capacidade de atingir alvos estratégicos russos vai muito além do campo de batalha convencional.



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