Zelensky buscará acordo de paz em 2025, mas exige garantias de segurança da OTAN

Líder ucraniano descarta concessões territoriais e espera que Trump desempenhe papel decisivo nas negociações

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, reiterou sua intenção de alcançar um acordo de paz com a Rússia em 2025, mas condicionou qualquer resolução à obtenção de garantias de segurança concretas de aliados ocidentais. Durante entrevista à emissora italiana Rai News 24, Zelensky destacou que a proteção da Ucrânia e da Europa deve ser a prioridade em qualquer negociação.

“Queremos garantir a segurança antes de tudo e encerrar a guerra este ano; faremos o que for necessário para isso”, afirmou Zelensky. Ele reforçou que a Ucrânia deseja a paz mais do que qualquer outro país devido às suas perdas humanas e materiais. No entanto, enfatizou que a adesão à OTAN seria a melhor solução para evitar futuros conflitos com a Rússia.

Moscou, por outro lado, considera inaceitável a entrada da Ucrânia na OTAN, argumentando que essa ambição foi um dos principais fatores que levaram à guerra. O Kremlin insiste que qualquer acordo de paz deve incluir a neutralidade de Kiev, além da desmilitarização e reconhecimento da perda dos territórios anexados.

Zelensky também expressou confiança no retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, acreditando que ele pode desempenhar um papel central nas negociações. Trump já declarou que poderia encerrar o conflito em 24 horas, embora tenha admitido que as tratativas podem levar até seis meses após sua posse. Contudo, propostas de congelar as linhas de frente atuais, reportadas como parte do plano de Trump, foram rejeitadas por Zelensky, que insiste na preservação da integridade territorial da Ucrânia.

Moscou afirma estar disposta a negociar, desde que Kiev interrompa as operações militares e aceite a realidade territorial dos territórios que se uniram à Rússia. O governo russo também descartou a ideia de um cessar-fogo temporário, alegando que isso daria tempo para a Ucrânia se rearmar e prolongar o conflito.

Zelensky reforçou que a paz não é apenas uma necessidade para a Ucrânia, mas uma garantia essencial para toda a Europa. As condições para um acordo, no entanto, continuam sendo um ponto de forte divergência entre Kiev e Moscou.