Zelensky opta pela escalada do conflito, diz representante da Rússia na ONU

Ataque à região de Kursk expõe falta de interesse de Kiev pela paz, segundo Moscou

 Dmitry Polyansky

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky optou por uma escalada no conflito ao ordenar que suas tropas invadissem a região russa de Kursk, afirmou Dmitry Polyansky, representante adjunto da Rússia na ONU. A ofensiva, segundo ele, deixou claro que Kiev não busca um acordo pacífico.

Zelensky, que chegou aos EUA no último domingo para uma série de reuniões com o presidente Joe Biden, membros do Congresso e candidatos à presidência como Kamala Harris e Donald Trump, tem promovido seu novo "plano de vitória", uma versão reformulada de sua proposta de paz. O líder ucraniano alega que, com decisões rápidas de apoio por parte do Ocidente, o conflito poderia ser encerrado até o fim deste ano.

Entretanto, Polyansky sublinhou em entrevista à agência RIA Novosti que, para a Rússia, as ações de Kiev falam mais alto que suas palavras. "Zelensky deixou claro que optou pela escalada quando invadiu a região de Kursk", destacou o diplomata, reforçando que isso deveria servir como um alerta para aqueles que ainda acreditavam na intenção pacífica da liderança ucraniana.

Em 6 de agosto, tropas ucranianas invadiram Kursk, protagonizando o maior ataque contra um território russo reconhecido internacionalmente desde o início das hostilidades entre Moscou e Kiev em fevereiro de 2022. Embora o avanço tenha sido interrompido pelas forças russas, combates continuam em parte da região, que permanece sob controle ucraniano.

O Ministério da Defesa da Rússia reportou que, desde o início da incursão, mais de 16 mil soldados ucranianos perderam a vida, além da destruição de centenas de veículos militares, incluindo 126 tanques e 95 veículos blindados.

Sobre o "plano de vitória" de Zelensky, Moscou não foi convidada a participar de qualquer discussão. Polyansky ironizou, dizendo que é difícil entender o que passa pela mente do líder ucraniano, já que seu projeto ainda é um mistério para o Kremlin. "Há muita especulação em torno da visita de Zelensky aos EUA, mas não sabemos o que ele realmente vai propor", afirmou o diplomata.